Ontem, eu escrevi um comentário no blog do Alon Feuerwerker em que enfatizei a necessidade do respeito a acordos. As recentes discussões sobre o reajuste do salário mínimo motivaram minhas observações. Em linhas gerais, após um período de negociação, o Governo e os sindicatos elaboraram uma fórmula para o reajuste. Enquanto essa fórmula beneficiou os trabalhadores, ninguém reclamou; mas neste ano alguns apontam a possibilidade de pagar mais do que foi acordado. O Governo firmou posição em cumprir o acordo, mas os sindicatos querem rompê-lo.
Mais importantes que os valores dos salários, são aqueles que dizem respeito ao nosso arcabouço moral. Há várias razões para preservar os acordos; uma delas é que respeitá-los no presente oferecerá melhores condições para a elaboração de outros no futuro. Não se enganem, nos próximos anos haverá outras negociações sobre este assunto e elas serão prejudicadas com o rompimento do acordo atual.
Violar um acordo é mais do que uma simples desobediência de uma norma. É a violação de todo um processo de negociação, de confrontação de ideias que chegaram a um consenso após um esforço de todas as partes. Por isso, esse desrespeito ao trabalho dos negociadores vai erodir as chances de sucesso em outras negociações.
É mais ou menos como eu digo: não temos que fazer o que é mais fácil ou mais vantajoso. Nós temos mesmo é que fazer o que é certo, mesmo que isso não nos beneficie. Ao seguir esse ditado, resguardamos a nossa credibilidade, que vale mais do que qualquer dinheiro.
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