domingo, 28 de junho de 2020

Felipe Flamenghi: Chamem o Freixo!

CHEGA! 
NÃO DÁ MAIS PRA APOIAR O BOZO.
ESSE CARA PERDEU O JUÍZO!

Onde já se viu, fazer funcionar a transposição do Rio São Francisco? Ta louco? Aquilo estava parado, há quase 20 anos, por um motivo: Era um ótimo projeto para desviar dinheiro com licitações fraudulentas, junto das empreiteiras "amigas". Como é que acaba com uma "boquinha" dessas? 

E outra, vai levar água para o Nordeste, irrigar o sertão do Ceará, terra da dinastia Ferreira Gomes? Que palhaçada é essa, Biroliro? Já não bastava as usinas de dessalinização, ainda vai mandar mais água? Vai morrer gente afogada! E o cabresto da fome? Vai amarrar aonde? 

Esse cara não merece ser presidente. Não sabe fazer política; fica cumprindo promessas. Parece bobo! E em 2022? Vai prometer o que? Se não deixar os problemas, como é que vai "vender" soluções? 
A seca do Nordeste já está lá há séculos; faz parte da cultura sertaneja. Grandes compositores já escreveram sobre ela. Quem ele pensa que é, para acabar com um patrimônio histórico brasileiro? Genocida!!

É por isso que não sobra dinheiro pra ajudar a Globo, para financiar nossos artistas, para comprar o Congresso. Fica gastando com essas bobagens, pra melhorar a vida do povo, e esquece o que é importante. 

Como se não bastasse, ainda quer acabar com a emoção dos jipeiros, asfaltando a Transamazônica. Já cobriu mais de 90Km que nunca tinham visto piche. 

Não dá pra apoiar! 
Cadê o MBL para nos salvar? Joice, Frota, Freixo... Alguém ajuda, por favor! Desse jeito o Brasil não aguenta!
Bem que eles avisaram... 

Felipe Fiamenghi - 27/06/2020

sábado, 27 de junho de 2020

O que aprendi com o curso para antifascistas da Juventude Socialista

https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/o-que-aprendi-com-o-curso-para-antifascistas-da-juventude-socialista/

O que aprendi com o curso para antifascistas da Juventude Socialista

Durante 6 dias e ao longo de 3 horas diárias, me dediquei ao curso “Entenda o Fascismo para ser Antifascista”, da UJS. O que aprendi me deixou assustado.

Terça-feira, dia 9 de junho, 19 horas. Ajeito o laptop no colo e sigo os links que me levam à primeira aula do curso “Entenda o Fascismo para ser Antifascista”, promovido pela União da Juventude Socialista, a Fundação Maurício Grabois e a Escola de Formação Política Castro Alves, todas ligadas ao PCdoB de Manuela d´Ávila, Jandira Feghali e Flávio Dino. Serão seis aulas ministradas por professores de instituições federais. É a atividade assalariada nas universidades que permite que eles deem este curso, recebendo ou não, para legitimar intelectualmente a ação dos violentos grupos antifa. Mal posso esperar.

A fim de me enturmar, solto um “Boa noite, camaradas” no chat. O clima ali é de união hostil contra aqueles que os alunos consideram fascistas – ou seja, todos que não concordam com eles. Os slogans gritados no chat vão desde o vazio “Todos pela democracia” até o ameaçador “Fogo nos fascistas!”.

Para a primeira aula, assistem ao vídeo introdutório da bela Manuela d´Ávila incríveis 6 mil pessoas (número que diminuiu bastante ao longo do curso). Aliás, quando o rosto de Manu aparece na tela, num close que ressalta seus melhores traços, a turma virtual irrompe numa explosão de coraçõezinhos e declarações de amor pela ex-deputada.

Mas agora silêncio que as aulinhas vão começar.

1ª aula: “Laboratórios ideológicos do imperialismo estadunidense”
A primeira aula é precedida pela fala de uma “mestre de cerimônias” muito empolgada, que já chega citando Marx e dizendo que o curso é extremamente necessário porque “não basta compreender a realidade, é preciso transformá-la”. Ela diz ainda que “ficar em casa [na pandemia] é ser contra Bolsonaro” e que o coronavírus “está matando pobres, negros e jovens”.

A tudo isso o professor João Quartim de Moraes ouve com certo enfado. Ele é um senhor de fala mansa, comunista-raiz, ex-dirigente do grupo guerrilheiro Vanguarda Popular Revolucionária. E sua aula, até pelo título, tem aquela aura de revolução intelectual de um tempo nem tão distante assim em que a esquerda se dedicava aos estudos.

Como a aula se intitula “Ovo da serpente: origens teóricas e históricas do fascismo”, o professor acha por bem fazer toda uma semiótica do ovo. Ao citar regimes autoritários, ele menciona o nazismo, as monarquias e os liberais (!). Mas não fala nada de Stalin, Mao, Pol Pot ou de um Hoxha. Diante da omissão, alguém no chat pergunta se o stalinismo pode ser considerado fascista. A resposta dos outros alunos é “tem gado na área”.

Durante uma hora e quarenta minutos, João Quartim de Moraes expõe toda a história do fascismo italiano com uma riqueza de detalhes impressionante. Nomes e datas e pormenores vão se somando numa tentativa clara de encontrar semelhanças entre a Itália dos anos 1920 e o Brasil de 2020. Em certo momento, o professor faz um elogio contido ao que Mussolini realizou “de bom” – isto é, todas as leis trabalhistas que serviriam de inspiração para a nossa CLT. Mas ele é inteligente, percebe a gafe e logo se retrata.

Num momento de lucidez que causou alguma revolta aos raros alunos que estavam prestando atenção à aula (a maioria estava preocupada com o certificado do curso), João Quartim de Moraes reconheceu que o presidente Jair Bolsonaro “pode até ter mentalidade fascista, mas não é fascista, senão [este] curso não estaria sendo realizado”.

Mas logo depois a lucidez dá lugar a algumas falas cheias de teias de aranha. “O fascismo é a ditadura terrorista do capital financeiro”, diz ele, para logo em seguida emendar com uma teoria da conspiração segundo a qual o então presidente da França Nicolas Sarcozy matou o ditador líbio Muamar Kadafi “para se livrar de dívidas”.

Até que o professor se vê numa encruzilhada. Ao descrever o fascismo italiano desde os seus primórdios, ficam claras as muitas semelhanças entre a Itália de Mussolini e a União Soviética de Stalin. Encurralado pela própria incoerência, ele então se sai com uma análise etimológica da palavra “totalitarismo” que, para João Quartim de Moraes, não se aplica ao regime soviético porque foi “inventada nos laboratórios ideológicos do imperialismo estadunidense”. Sendo mais específico, por Hannah Arendt, que ele chama de “cientista política do dólar”.

2ª aula: Mas e o certificado?
Dia novo, aula nova. Mas os clichês são os mesmos. A simpática Márcia Carneiro, professora no departamento de história da UFF, vai falar sobre “O integralismo de ontem e hoje”. A ideia dos organizadores foi certamente a de associar Jair Bolsonaro a Plínio Salgado, líder do integralismo, visto por muitos como uma espécie de fascismo tupiniquim. Mas algo dá errado.

Porque Márcia Carneiro é uma apaixonada pelo assunto. Ela conta que estudou história justamente porque a avó era integralista. Seus olhos brilham de entusiasmo – não só pela história familiar, mas também pelos próprios ideais integralistas que ela deveria estar rejeitando. O carinho com que a professora trata o assunto não passa despercebido pelos alunos que, no chat, começam a reclamar da falta de críticas mais enfáticas ao integralismo.

Neste dia a aula começa com 4 mil alunos. Muitos dos quais não estão ali para aprender, mas para ensinar a professora. Quando Márcia Carneiro diz, por exemplo, que o integralismo não era racista, os alunos se revoltam. Começam a reclamar da didática. Que a professora fala rápido demais. Essas coisas.

A professora fala, fala, fala. E qualquer semelhança com os dias atuais vai ficando cada vez mais distante. Até que ela é obrigada a recorrer, novamente, às intenções. “O bolsonarismo seria um integralismo piorado”, diz ela, sem explicar o motivo, mas finalmente arrancando aplausos dos alunos – que, aliás, não param de perguntar do certificado.

Por fim, a única associação que Márcia Carneiro consegue fazer entre o integralismo e os dias de hoje é subjetiva. “A extrema-direita já teve intelectuais muito bons. Não eram como os de hoje”, diz ela, se rasgando em elogios a Miguel Reale – pai de um dos autores do impeachment contra Dilma Rousseff.

Para os alunos, isso é um absurdo. Além de exaltar a inteligência de um intelectual “fascista”, a professora não lhes dá nada que justifique o desejo revolucionário, violento e antidemocrático antifa.

3ª aula: Problemas técnicos
A terceira aula, intitulada “Fascismo e neofascismo no século XXI”, seria ministrada por Fábio Palácio, doutor em Ciência da Comunicação pela ECA/USP, Professor de Jornalismo da UFMA e diretor da Fundação Maurício Grabois. Seria, porque problemas técnicos impediram que o saber do professor transbordasse pela YouTubesfera.

Palácio tenta falar, mas áudio e vídeo falham. A única coisa que deu para escutar é que Trump é representante do neofascismo. A “mestre de cerimônias”, toda constrangida, pede desculpas. O intérprete de libras fica de mãos abanando. A transmissão é interrompida e sou obrigado a ver vídeos que falam da União da Juventude Socialista. No chat, os alunos dão dicas para resolver o problema. “Tira o computador da tomada e liga novamente”, diz um. “Tira o fone de ouvido”, sugere outro.

Depois de meia hora de tentativas e fracassos, chega-se a um impasse. A aula será ou não remarcada? Vamos tentar mais uma vez. E outra. E outra. Sem querer, a aula se torna uma alegoria do próprio comunismo, a “experiência que nunca foi posta em prática de verdade”.

4ª aula: “Não se pode ser branco sem ser racista”
A quarta-aula, ministrada em plena noite do Dia dos Namorados, é a mais belicosa de todas. Intitulada “Lições de antiracismo para ser antifascista”, ela é dada por Gabriel Nascimento, da Universidade Federal do Sul da Bahia, para quem “a luta política de hoje é mais difícil” do que no tempo do fascismo.

Para Nascimento, que cita nomes a torto e a direito, sempre enfatizando a raça das pessoas, “brancos não são todos racistas, mas estão num país racista, então são racistas dentro da racialidade”. Entenderam? Nem eu. Incrível perceber como o jargão acadêmico vazio molda o raciocínio dessa intelectualidade que, sem jamais arriscar nada, estimula as pessoas a saírem às ruas e lutarem pelos valores que eles, intelectuais, defendem.

Os 2 mil alunos que assistem à aula comigo ouvem coisas como “a universidade é um espaço brancocêntrico”, “o capitalismo é o gerador do fascismo”, “a democracia burguesa é a mentira do capitalismo”, “o racismo tem origem na Idade Média”, “não há racismo sem capitalismo e não há capitalismo sem racismo” e “miscigenação é eugenia”.

A tudo isso os alunos ouvem expressando concordância entusiasmada. Alguém no chat fala em Thomas Sowell, mas Gabriel Nascimento ignora. Ele prefere dizer que a escravidão no Brasil não acabou por causa da luta dos abolicionistas (“aliados brancos”, no linguajar dele), e sim por causa das insurgências dos escravos. Ou ainda que o humanismo é uma coisa horrível, porque o conceito nasceu na Idade Média, quando os europeus passaram a se considerar “mais humanos do que os outros”. Oi?

A aula termina com o professor dizendo que é impossível ser branco sem ser racista e lendo o poema “Não Vou Mais Lavar os Pratos”, de Cristiane Sobral. O poema fala de uma mulher, talvez uma empregada doméstica, que descobre os livros e, por isso, não vai mais se humilhar lavando os pratos sujos da casa. O que revela bastante dessa esquerda identitária que se afastou dos trabalhadores porque considera o trabalho físico algo indigno.

5ª aula: Populismo judicial
Esther Solano, que ministra a aula “Bolsonarismo e neofascismo”, é socióloga e professora da Unifesp. Mais importante do que isso: ela não ri. Em nenhum momento de sua exposição ela demonstra qualquer tipo de leveza. Compreende-se: para ela, a luta política é séria. É a própria tradução da vida, como ela dará a entender mais tarde.

Na segunda semana do curso, a audiência caiu bastante. Não mais do que 1,7 mil pessoas começam assistindo à aula da professora especializada em antibolsonarismo, para quem o fascismo de hoje é um “fenômeno psicossocial” que se traduz na “política movida pelo ódio e pela aniquilação”.

Os que toleram a aula ouvem que a direita, ou melhor, a extrema-direita é aquela que “não suporta a existência do diferente”. Diante do que eu só consigo pensar nos gulags, na Revolução Cultural chinesa, na Stasi, nos pelotões de fuzilamento da Revolução Cubana – em todas essas pungentes demonstrações de tolerância à diversidade de pensamento que a esquerda nos deu ao longo do século XX.

Para Solano, “todos os apoiadores de Bolsonaro são fascistas, burros ou movidos pelo ódio”. Quais os sinais disso? É evidente. Bolsonaro é “neoconservador e neoliberal” e faz um governo marcado pelo “pauloguedismo”, cuja maior característica é a “retirada de direitos dos trabalhadores”. Mais: Jair Bolsonaro e os “fascistas” só chegaram ao poder depois de uma luta contra a corrupção marcada pelo “populismo judicial”.

O ponto mais interessante da aula foi quando ela, sem demonstrar constrangimento, disse que a “política é maior do que o privado, a família e a igreja”. O problema de Bolsonaro e de seus apoiadores, portanto, estaria no fato de ele querer mudar isso. Ou, nas palavras dela, “promover a ‘privatização da vida’, considerada pelos protofascistas como a solução”.

Diante do que sou obrigado a evocar o célebre lema de Mussolini: “Tudo no Estado, nada contra o Estado e nada fora do Estado”. Será que a professora não percebe? Tento chamar a atenção dela no chat. Nada. Mando pergunta por e-mail. Nada. E, enquanto espero por uma resposta, ainda sou obrigado a ouvir que “o isolamento [por causa da pandemia] é direito, não privilégio”.

Esther Solano ao menos teve coragem de dizer que a esquerda precisa fazer uma autocrítica urgente e se afastar das pautas identitárias. Segundo ela, a aproximação da esquerda com essas questões alheias à luta de classes foi “usada para fortalecer a direita”.

6ª aula: “Elementos de fascistização”
Chego, enfim, à última aula. À proverbial cereja do bolo. Ao ler a ementa da aula “Lições de fascismo e antifascismo”, que pretende apontar “quais lições podemos tirar das experiências de resistência do passado”, imagino estratégias de guerrilha urbana, de propaganda, como montar barricadas sem a ajuda dos pais, essas coisas.

Mas infelizmente sou brindado com um tedioso monólogo lido pelo professor italiano Gianni Fresu, professor de Filosofia Política na Universidade Federal de Uberlândia e (atenção!) membro fundador e Presidente da International Gramsci Society Brasil.

Foi como entrar numa máquina do tempo e voltar para a oitava série, quando ouvia o saudoso professor Valdir falar em colonialismo e imperialismo – conceitos para lá de anacrônicos, mas que, para Fresu, continuam motivando o fascismo por aí.

Ele praticamente repete a aula de João Quartim de Moraes, acrescentando apenas o sotaque que lhe dá um quê de “lugar de fala”. Lá pelas tantas, minha atenção é recompensada pela confissão involuntária de que o “fascismo passou por uma fase esquerdista nacionalista”. Aguço os ouvidos, na esperança de que finalmente ouvirei um professor falar das incríveis e explícitas semelhanças entre o fascismo e o comunismo. Mas não foi dessa vez.

Ecoando novamente a primeira aula, Fresu diz que “Bolsonaro não é fascista, mas tem elementos de fascistização”. Ou seja, tudo aquilo contra o que os antifas lutam existe, se existe, no mundo das intenções, das aparências, da realidade acadêmica que, como sabemos, é uma fantasia à parte.

Velhos clichês
E assim termina o curso “Entenda o Fascismo para ser Antifascista”, promovido pela União da Juventude Socialista. A principal lição que aprendi foi a de que os velhos clichês esquerdistas que faziam a cabeça da juventude quando a minissaia era um escândalo e antes da queda do Muro de Berlim continuam por aí, recitados desavergonhadamente por intelectuais que acreditam que o papel do Estado é o de regular as relações humanas. Exatamente como o fascismo.

Como bônus, aprendi ainda que, na condição de homem branco, sou inerentemente racista e, por consequência, fascista. E que o capitalismo, que tirou milhões de pessoas da pobreza ao longo do século XX, é uma invenção dessa gente má que insiste em defender o direito à vida privada.

Ah, sim, e que Jair Bolsonaro não é fascista nem vivemos num regime fascista. Mas ele anda e fala e provavelmente pensa como fascista. Por isso todos os que estão ocupados em trabalhar e ganhar a vida honestamente e não saem às ruas para lutar contra o fascismo são, na verdade, fascistas.

Alexander Hamilton, honra e fuzis

Alexander Hamilton, honra e fuzis
 Fábio Prieto 
 27/06/2020  


O articulista Sergio Moro (Revista Crusoé) invoca Alexander Hamilton para lembrar que, de acordo com o Federalista 78, o Judiciário é o menos perigoso dos poderes, porque não controla nem a espada, nem o tesouro. Por isto, não vislumbra razão para “intervenção militar constitucional”.
É oportuno rememorar que Alexander Hamilton, capitão de artilharia na Guerra da Independência – chegou a ajudante-de-campo de George Washington -, estudou Direito e exerceu a profissão. Era ilustrado e experiente. O seu Federalista 78 vai além da ideia acima e subscreve a citação de Montesquieu: “não há liberdade se o poder de julgar não for separado dos poderes legislativo e executivo”. Hamilton argumenta que o Judiciário, pela sua “debilidade natural”, pode ser “dominado, acuado ou influenciado pelos poderes coordenados”.
A profecia de Hamilton ganhou grande destaque a partir do século passado, quando manipuladores de urnas perceberam que o Judiciário “dominado, acuado ou influenciado”, era atalho conveniente para o exercício discricionário do poder. Pequeno grupo de juízes poderia fraudar a vontade cívica de milhões de eleitores.
Nos Estados Unidos, há verdadeira batalha eleitoral pelo controle da Suprema Corte e dos demais tribunais. Em outros países, facções partidárias cometeram a imprudência de dominar, acuar e influenciar a magistratura profissional, depois entregue à direção hipertrofiada de novas elites judiciárias, que, em retribuição à clamorosa erronia, promoveram o sequestro da política.
O Brasil assiste ao torneio de bacharéis a respeito do artigo 142, da Constituição. Para o articulista Moro, preocupado com cogitações sobre “intervenção militar constitucional”, “precisamos dos militares, mas não dos seus fuzis e sim dos exemplos costumeiros de honra e disciplina”.
Também partido político incomodado com o alarido dos bacharéis teria procurado a Justiça, para saber o que devem fazer as Forças Armadas em caso de grave convulsão social. Isso lembra a reflexão do ministro Francisco Rezek, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, no sentido de que o sistema processual brasileiro é “uma caricatura aos olhos do resto do mundo”. Vamos ensinar à História que as multidões dissidentes e revoltosas podem ser contidas por oficial de justiça, segundo a jurisprudência?
Diante da quimera bacharelesca, os militares permaneceram sóbrios. Pela razão constitucional de que sabem o que fazer, se o País entrar em convulsão interna – o que ninguém vislumbra ou deseja.
Os bacharéis precisam ler o Federalista 78 até o fim. E segui-lo devotadamente. Hamilton ressalta os benefícios sociais da “integridade” e da “moderação” do Judiciário. “Homens ponderados de todas as categorias devem valorizar tudo que tenda a gerar ou fortalecer esta têmpera nos tribunais, pois nenhum homem pode ter certeza de que amanhã não será a vítima de um espírito de injustiça que hoje o beneficia”.
Crentes nesta justiça legítima, os militares – como os civis – nunca questionaram ordem de prisão de oficial general. Vice-Almirante reformado foi acusado, processado, preso e condenado na Lava Jato sem a mínima preocupação dos quartéis. O Judiciário, como qualquer poder civil ou militar, é legitimado pela fundamentação de suas decisões.
Seria preocupante, não para os militares, mas para a cidadania indefesa que não tem fuzis, se algum tribunal resolvesse perseguir oficiais generais só por serem oficiais generais. Aí seria o caso, primeiro, de ponderar que nem criminosos notórios são tratados como criminosos notórios. Nem devem ser. O julgamento depende da legitimidade e da consistência das provas no processo judicial.
É do senso comum de justiça que não se trata alguém discricionariamente por simples capricho, antipatia ou preferência partidária. Se o rito é igual para todos, qual seria o ganho institucional na discriminação só contra oficiais generais? A sabedoria de Hamilton no Federalista 78: “Para evitar um julgamento arbitrário dos tribunais, é indispensável que eles estejam submetidos a regras e precedentes estritos, que servem para definir e indicar seu dever em cada caso particular que lhes é apresentado”.
O articulista Moro é exato quando lembra os “exemplos costumeiros de honra e disciplina” dos militares. As urnas soberanas fizeram a escolha de quatriênio pela recusa ao desarmamento, ao aborto e à descriminalização das drogas, além da proposta de melhoria da gestão da Amazônia. O ex-Ministro nomeou, com consciência tranquila, para cargos no Ministério da Justiça, simpatizantes do desarmamento, do aborto, da descriminalização das drogas e da doutrina pan-amazônica do buen vivir.
Não se preocupe o articulista Moro com os fuzis. Os militares devem ter lido o Federalista 78 por inteiro, no qual é lembrado que é “princípio do governo republicano” que “o povo tem o direito de alterar ou abolir a Constituição estabelecida sempre que a considerem incompatível com a própria felicidade”. Nenhum soldado leal se coloca acima da felicidade do povo soberano.
 
Fabio Prieto é desembargador, ex-presidente do TRF3. Diretor Conselheiro da International Association of Tax Judges. Grande Oficial da Ordem do Mérito Militar do Exército. Ordem do Mérito Militar da Marinha e da Aeronáutica.

O assassino Che Guevara: retrato de um covarde.

Rodrigo Constantino

“Há aproximadamente 48 anos, Ernesto “Che” Guevara recebeu uma grande dose de seu próprio remédio. 
Sem qualquer julgamento, ele foi declarado um assassino, posto contra um paredão e fuzilado.  Historicamente falando, a justiça raramente foi tão bem feita. 
O ditado “tudo o que vai, volta” expressa bem essa situação.

“Execuções?”, gritou Che Guevara enquanto discursava na glorificada Assembléia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964. 

 “É claro que executamos!”, declarou o ungido, gerando aplausos entusiasmados daquele venerável órgão.  

“E continuaremos executando enquanto for necessário!  

Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!”

Ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960. 
José Vilasuso, um cubano que à época era promotor dos julgamentos comandados por Guevara, fugiu horrorizado e enojado com o que presenciou.  Ele estima que Che promulgou mais de 400 sentenças de morte apenas nos primeiros meses em que comandava a prisão de La Cabaña. 
Um padre basco chamado Iaki de Aspiazu, que sempre estava à mão para ouvir confissões e fazer a extrema unção, diz que Che pessoalmente ordenou 700 execuções por fuzilamento durante esse período.

O próprio Che admitiu ter ordenado “milhares” de execuções durante o primeiro ano do regime de Fidel Castro.

Felix Rodriguez, o agente cubano-americano da CIA que ajudou a caçar Che na Bolívia e que foi a última pessoa a interrogá-lo, diz que Che, em sua última conversação, admitiu “algumas milhares” de execuções.

“Eu não preciso de provas para executar um homem”, gritou Che para um funcionário do judiciário cubano em 1959. 

“Eu só preciso saber que é necessário executá-lo!

A mais popular versão da camiseta e do pôster de Che, por exemplo, ostenta o slogan “Lute Contra a Opressão” sob sua famosa face. 

Essa é a face de um homem que fundou um regime que encarcerou mais de seu próprio povo do que Hitler e Stalin, e que declarou que “o individualismo deve desaparecer!”.

Nenhuma pessoa em seu perfeito juízo vestiria uma camiseta estampando o rosto de Che. 

E nenhuma pessoa decente toleraria essa camisa em seus arredores.

Mas como um sujeito horrendo, vazio, estúpido, sádico e epicamente idiota conseguiu um status tão icônico? 

“Estou aqui nas montanhas de Cuba sedento por sangue”, escreveu Che para a sua esposa abandonada em 1957. 

 “Querido pai, hoje descobri que realmente gosto de matar”, escreveu logo depois.

O detalhe é que essa matança de que ele gostava muito raramente era feita em combate, o que ele gostava mesmo era de matar à queima-roupa homens e garotos amarrados e vendados.

Dentre suas perturbadas fantasias, a mais proeminente era a implementação de um reino continental stalinista. 

Para atingir esse ideal, o jovem problemático almejava “milhões de vítimas atômicas”.

O perturbado jovem argentino também era arredio e desprezava todos ao seu redor: “Não tenho casa, não tenho mulher, não tenho pai, não tenho mãe, não tenho irmãos. 

Meus amigos só são amigos quando eles pensam ideologicamente como eu”.

*Ernesto “Che” Guevara* era o vice-comandante, o carrasco-chefe e o principal contato da KGB em um regime que proibiu eleições e aboliu a propriedade privada.

A polícia desse regime, supervisionada pela KGB e empregando a tática da “visita da meia-noite” e do “ataque pela manhã”, capturou e enjaulou mais prisioneiros políticos em proporção à população do que Stalin e executou mais pessoas (em uma população de apenas 6,4 milhões) em seus primeiros 3 anos no poder do que Hitler (que comandava uma população de 70 milhões) em seus primeiros 6 anos.

O regime que Che Guevara ajudou a fundar confiscou a poupança e a propriedade de 6,4 milhões de cidadãos e tornou refugiada 20% da população de uma nação até então inundada de imigrantes e cujos cidadãos haviam atingido um padrão de vida maior do que o padrão daqueles que residiam em metade da Europa. 

O regime de Che Guevara também destroçou — por meio de execuções, encarceramentos, expropriação em massa e exílio — virtualmente cada família da ilha cubana.

Com apenas uma semana no poder, Che já havia abolido o habeas corpus.

Além de afirmar que evidências judiciais eram detalhes burgueses arcaicos, ele complementava garbosamente dizendo que “executamos por convicção revolucionária!”.

Apesar de seus fãs dizerem pomposamente que ele foi um médico formado, ninguém até hoje, após inúmeras tentativas, conseguiu localizar qualquer histórico sobre seu diploma de medicina.

 Logo após ser capturado na Bolívia, Che admitiu para o comandante da operação, o Capitão Gary Prado, que ele *não era médico,* mas tinha “algum conhecimento de medicina”.

Mais do que sua crueldade, megalomania e estupidez épica, o que mais distinguia Ernesto “Che” Guevara de seus companheiros era sua manhosa covardia.

Suas tietes podem ficar zangadas o quanto quiserem, bater a porta do quarto, cair na cama, espernear e chorar abraçadinhas com o travesseiro, mas o fato é que Che se entregou voluntariamente ao exército boliviano e a uma distância segura.

 Foi capturado em ótimas condições físicas e com sua arma completamente carregada.

Com seus homens fazendo exatamente o que ele ordenou (lutando e morrendo até a última bala), um Che ligeiramente ferido evadiu-se do tiroteio e se entregou com um pente cheio de balas em sua pistola, enquanto choramingava manhosamente para seus capturadores:

*“Não atirem! Sou Che! Valho mais para vocês vivo do que morto!”.*

O prazer que Che Guevara tinha em matar cubanos só era possível porque esses cubanos estavam completamente indefesos no momento.

 Amarrados e vendados, de preferência.

E dessa forma eles eram alinhados de frente para o pelotão de fuzilamento e executados.

Porém, quando o cenário se alterou e as armas de fogo estavam em posse de outros, o argentino tremeu de medo.”

*Covarde, incompetente e assassino: esses são alguns adjetivos adequados para definir o maior ídolo de nossas esquerdas. Lamentável!!!

LEGITIMIDADE, ESTABILIDADE E LEGALIDADE, NESSA ORDEM

LEGITIMIDADE, ESTABILIDADE E LEGALIDADE, NESSA ORDEM
General de Brigada Reformado Luiz Eduardo Rocha Paiva (Diretor de Geopolítica e Conflitos do Instituto Sagres)
Legitimidade, Estabilidade e Legalidade. Esses três conceitos foram repetidos, como um mantra, pelo General Villas Bôas quando comandou o Exército Brasileiro (2015 - 2018) e exerceu uma liderança positiva e de alto nível na política nacional.
Eram anos de muita tensão e pressões vindas de várias origens, umas instando pela intervenção militar e outras por temerem, tanto essa possibilidade, quanto uma escalada da crise política por iniciativa da esquerda radical, então encastelada em altos escalões do governo.
À primeira vista, o mantra parecia ter como destinatários os intervencionistas. Ledo engano, pois ele também se destinava a tranquilizar a imensa maioria de brasileiros genuinamente democratas e a alertar à esquerda radical de que não seria admitida qualquer iniciativa contra as três cláusulas pétreas com que o Exército garantiria, de fato e de forma sutil, que o processo político em desenvolvimento transcorresse de forma pacífica e ordeira.
Hoje, o Brasil vive um novo embate político, mesclado com a crise sanitária provocada pela pandemia do Covid19. Nele, é visível a manipulação da lei em prol de interesses políticos, deslegitimando a legalidade e escalando as crises política e sanitária para um conflito entre os Poderes da União. Esse quadro compromete o equilíbrio e a harmonia dos três pilares do regime republicano democrático. 
Assim, o país está caminhando para a instabilidade político-social, com risco de ruptura institucional e convulsão social, ou para a submissão a uma espécie de ditadura da toga. Essa iminente possibilidade é comentada e deplorada por autoridades, inclusive do meio jurídico. Ora, membros da Alta Corte não são eleitos pelo povo para legislar e governar - essas não são suas atribuições. Além disso, os atuais ministros não contam com a confiança da nação, haja vista seguidas e questionáveis atitudes e decisões por vários deles cometidas ou tomadas.
Interpretar e usar a lei com propósitos políticos para desestabilizar e, eventualmente, alijar do poder o atual governo, aliando-se a interesses inconfessáveis da liderança patrimonialista fisiológica, é tornar ilegítimo o instrumento legal, ou seja, deslegitimar a lei e ameaçar a estabilidade.  
Para enfrentar essa aliança do atraso e dos antivalores é preciso agir com sabedoria, ouvir assessores não radicais, com visão estratégica, equilíbrio e inteligência emocional, bem como dar exemplos de temperança e cidadania. Nas crises atuais, desprezar a manobra indireta e bater de frente contra adversários poderosos é dar munição para as lideranças carcomidas da velha política e seus aliados, expondo a autoridade do cargo a contestações e colocando em risco a unidade política e a paz social. 
O Brasil vive um momento de risco para a legalidade, a legitimidade e a estabilidade.
O agravamento dessa complexa e grave situação imporá decisões patrióticas de caráter moral, passíveis de questionamentos quanto à legalidade, mas imprescindíveis para neutralizar a cleptocracia instalada nos altos escalões do poder. São decisões imperiosas para evitar um mal maior, se a omissão e a covardia moral resultarem em danos inaceitáveis ao cidadão e à nação. O Brasil não pode continuar refém dessa gente! 
Diante de uma eventual escalada do conflito entre os Poderes da União, que possa levar o país à anomia, à ruptura institucional e a uma grave convulsão social, só as FA têm poder de fato, mas não legal (não há lei que as autorize a tomar a iniciativa), para impor uma solução legítima que preserve a lei e a ordem, em consequência, a estabilidade. Um conflito dessa natureza ameaça a unidade política e a segurança nacional, portanto diz respeito à Defesa da Pátria, missão que as FA cumprirão, igualmente, contra ameaças internas. E não seria para implantar um novo regime militar, mas sim para restaurar os Poderes Constitucionais, vitimados pela evidente falência de sua autoridade, resultante de um conflito de tamanha magnitude.  Daí a ordem de valor legitimidade, estabilidade e legalidade.
Quando a lei positiva é usada para respaldar desígnios ilegítimos, cai por terra a justiça, esta sim cláusula pétrea. Se as leis também o fossem, o Brasil ainda seria colônia, não seria república e Jango, Brizola e o Partido Comunista Brasileiro teriam implantado uma República Comuno-Sindicalista no Brasil em 1964. 
Quando os interesses vitais da nação estão e jogo, como disse e diria de novo Camões: “Cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta!” (Os Lusíadas).