quinta-feira, 16 de julho de 2015

Idiotices da esquerda


Para aqueles que ainda têm alguma dúvida, seguem abaixo 21 exemplos clássicos da inconsistência intelectual presente nas ideias da imensa maioria dos esquerdistas, ressalvando que esta relação não é, de forma nenhuma, exaustiva (contribuições à lista serão bem vindas):
  1. Esquerdistas em geral acreditam piamente no chamado “consenso científico” a respeito do aquecimento global antropogênico e das mudanças climáticas, mas se recusam a levar em conta o mesmo “consenso” sobre a salubridade dos alimentos geneticamente modificados.
  2. Esquerdistas em geral são a favor da liberdade de escolha da mulher em relação ao aborto, mas querem reduzir essa mesma liberdade quanto à escolha da forma de parto e, não raro, pregam que o governo interfira no mercado para limitar o número de cesáreas, que, segundo alguns especialistas, poderiam prejudicar o bebê.  Tão preocupados com a saúde dos fetos e tão indiferentes à sua vida.
  3. Esquerdistas em geral são intransigentes defensores dos direitos da mulher e da igualdade de gênero nos países ocidentais, mas costumam fazer vista grossa ao que acontece com elas nos países islâmicos, onde muitas vezes são tratadas como escravas, privadas dos direitos individuais mais elementares.
  4. Esquerdistas em geral, acertadamente, acreditam que aumentos de preços, via impostos, incentivam a redução do consumo de cigarros, gorduras e açúcares, mas acham que aumentos no salário mínimo não terão qualquer conseqüência no consumo da mão de obra pouco qualificada.  Para eles, a lei econômica da oferta e da demanda é opcional.
  5. Esquerdistas em geral favorecem a liberação da maconha e de outras drogas, em nome da liberdade individual de escolha, mas estão engajados em verdadeiras “jihads” contra o cigarro, as guloseimas, os refrigerantes e as gorduras trans. Ou seja, a liberdade de escolha depende da substância e não do discernimento do consumidor.
  6. Esquerdistas em geral consideram que as mulheres estão sub-representadas em diversas áreas da sociedade, como no Congresso Nacional e nos altos cargos de direção empresarial, e não raro defendem a implantação de políticas afirmativas (cotas) para “solucionar” o “problema”.  Porém, não ligam a mínima que o mesmo aconteça nas prisões e nas profissões de alto risco, por exemplo, onde o número de homens é também muito maior que o de mulheres.
  7. Esquerdistas em geral são defensores intransigentes da ecologia e da vida animal, a ponto de promoverem verdadeiros linchamentos públicos sempre que alguma empresa petrolífera é responsável por vazamentos de óleo, mas fecham os olhos ao intenso massacre de pássaros promovido, por exemplo, pelas hélices geradoras de energia eólica e pelas fazendas de energia solar, não por acaso as formas de energia de seus sonhos.
  8. Esquerdistas em geral consideram que os menores de 18 anos – e maiores de 16 – estão aptos a votar, formar sociedades empresariais, ter vida sexual ativa e até mesmo dirigir automóveis, mas são ao mesmo tempo absolutamente imaturos e incapazes de assumir eventuais responsabilidades por seus delitos.
  9. Esquerdistas em geral deram apoio solidário e irrestrito à decisão da maioria no plebiscito grego sobre a dívida pública daquele país, mas se recusam a aceitar o resultado do plebiscito brasileiro sobre o desarmamento. O importante não é a democracia, mas o resultado do pleito.
  10. Esquerdistas (pelo menos alguns) concordam que a carga tributária brasileira é alta e acham que deveria baixar, mas não pensam duas vezes na hora de apoiar qualquer nova política pública que aumente os gastos do governo.
  11. Esquerdistas em geral são ferozes opositores do famigerado “consumismo desenfreado” praticado nas sociedades capitalistas, entretanto são os primeiros a propor políticas de incentivo que visem ao aumento do consumo, em períodos recessivos.  Nessas horas, alguns chegam a apontar a poupança como ação antipatriótica.
  12. Esquerdistas em geral costumam vituperar contra os altos salários dos executivos (vide o Movimento Occupy Wall Street), mas se calam diante dos altíssimos salários de seus artistas e desportistas prediletos, os quais, muitas vezes, ganham tanto ou mais do que aqueles.
  13. Esquerdistas em geral reclamam dos altos preços dos produtos e serviços cobrados pelos gananciosos empresários capitalistas, ao mesmo tempo em que defendem, sistematicamente, o protecionismo mercantil, que reduz a concorrência e, consequentemente, ajuda a manter elevados os preços.
  14. Esquerdistas em geral reclamam da corrupção, mas nunca desistem de querer aumentar o poder e o dinheiro nas mãos dos governos. Privatização? Nem pensar!
  15. Esquerdistas em geral defendem, com justíssima razão, os direitos dos homossexuais, embora venerem alguns de seus maiores algozes, como Che Guevara e Fidel Castro, dois símbolos da perseguição contra os gays.
  16. Esquerdistas em geral acham que a liberdade de expressão deve ser restringida quando, por exemplo, ela agride a imagem do Profeta Maomé, mas não estão nem aí para as agressões contra símbolos cristãos ou judeus.
  17. Esquerdistas em geral foram às ruas e levantaram bandeiras a favor do impeachment constitucional de Collor, assim como passaram anos pedindo o impeachment de FHC, mas acusam de golpistas os que hoje pedem o impeachment de Dilma.
  18. Esquerdistas em geral discursam contra os grandes conglomerados empresariais das economias capitalistas, mas não se cansam de apoiar políticas públicas de apoio às grandes empresas, não raro fomentadoras de monopólios e oligopólios, como as praticadas, por exemplo, pelo BNDES.
  19. Esquerdistas em geral são favoráveis à quebra de patentes farmacêuticas e, em muitos casos, até à sua completa extinção, mas costumam defender como intocáveis os direitos autorais de seus escritores e artistas preferidos.
  20. Esquerdistas em geral, em época de eleição, costumam elevar os eleitores à condição de sábios (especialmente quando votam majoritariamente neles), mas tratam esse mesmo eleitor como alguém totalmente incapaz de tomar as decisões mais comezinhas do dia-a-dia, devendo ser tutelado até mesmo a respeito do que comer, beber, ler ou assistir.
  21. Esquerdistas em geral almejam viver numa sociedade sem distinção de classes ou raças, mas não raro são os primeiros a dividi-la de acordo com a classe social ou a cor da pele. Quantas vezes, você, amigo liberal, já foi chamado de “coxinha”, “burguês”, “branquelo” e outras alcunhas do gênero?

terça-feira, 14 de julho de 2015

Por que vocês não desistem, comunas?

TERÇA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2015

Por que vocês não desistem, comunas?

Com Blog Rodrigo Constantino - Veja



Gosto quando Arnaldo Jabor traz à tona as reminiscências de sua juventude utópica e comunista. São seus melhores textos, ao contrário de quando resolve falar da política americana, quando ainda deixa transparecer o ranço ideológico dessa época, ao elogiar os Democratas esquerdistas e demonizar a direita Republicana. Em sua coluna de hoje, Jabor foi preciso ao retratar a insistência dogmática dos comunas no erro: são incapazes de aprender com eles, e a cada nova experiência fracassada, concluem que é preciso redobrar os esforços na mesma direção. Há definição melhor de estupidez?
A chegada dos velhos comunas ao poder expôs o vácuo de ideias dessa turma, assim como sua incapacidade administrativa. Se antes a esquerda era romântica e utópica, hoje passou a ser apenas cínica, defendendo o banditismo, o lulopetismo, em troca de cargos ou esmolas. Como Jabor reconhece, o romantismo de antanho era “meio babaca”, mas era a única forma que essa gente tinha para enxergar o mundo na época da Guerra Fria.
Claro, não é exatamente verdade isso, pois mesmo naquele contexto não foram poucos os que viram o embuste do socialismo revolucionário, e em vez de terem orgasmos com a chegada dos barbudos ao poder em Cuba, tiveram calafrios. Mas, naturalmente, havia um atenuante para quem se encantou com a alternativa socialista antes de todos os seus fracassos se tornarem públicos e notórios. Hoje, qual a desculpa? Como alguém ainda consegue defender o socialismo? A tentativa de monopolizar as virtudes continua sendo uma das principais explicações, como reconhece o próprio Jabor:
Nós éramos mais “puros”, mais poéticos, mais heroicos que os meus colegas de PUC, todos já de gravatinhas adultas. Como era bom se sentir acima dos outros, não por competência ou cultura, mas por superioridade ética. Os operários eram nossa meta existencial. Para nós eles eram o futuro da Humanidade. Nas oficinas do jornal estudantil que eu fazia, crivavam-nos de perguntas e agrados, sendo que os ditos operários ficavam desconfiados e pensavam que nós éramos veados e não fervorosos “revolucionários”.
Naquele tempo não era possível pensar de outro jeito. De Sartre a Brizola, não havia outra ideologia disponível. A guerra fria dividia o mundo em duas facções, e a tomada do poder de Fidel Castro inebriou nossos desejos. Mesmo delirando em utopias, queríamos verdadeiramente, romanticamente salvar o país, contra o “imperialismo americano, o latifúndio e a direita espoliadora”. Não havia espaço para outras ideias, e quem ousasse pensar diferente era canalha, lacaio dos americanos. Por exemplo, Raymond Aron era de “direita” porque discordou do Sartre, pois esse incitava seus leitores para agir; Aron ensinava-os a pensar. Como acreditávamos nessa dualidade, ela virou uma verdade incontestável. E essas “verdades” criaram uma nova linguagem que praticávamos com fé e determinação. Em vez dos fatos, a linguagem bastava e nos movia. A linguagem ignorava o mundo real, chato e complexo demais para a mutação histórica que faríamos pois, afinal, éramos os “sujeitos da história”. Só as palavras simplistas explicavam nossa visão de mundo: alienação, massa atrasada, massa avançada, conscientização, sectarismo, aventureirismo, reacionarismo, entreguismo, proletariado, democracia burguesa e a palavra sagrada que tudo justificava: o “povo”.
Eis aí uma bela definição do que ainda move muito comuna: eles desejam se sentir superiores, só por serem de esquerda. Eles acham que entenderam melhor o mundo, em vez dos “alienados” da classe média, os burgueses, pois eles têm mais “consciência política”. Eles estão do lado “certo” da História, pois condenam as “injustiças” do mundo capitalista, a ganância (dos outros), o lucro (dos outros), e resumem tudo a um simplismo dicotômico pra lá de infantil: os virtuosos de esquerda, e os malvados capitalistas. Como é simples e confortante essa visão de mundo! Esses “intelectuais” estão em contato pleno com o “povo”, enquanto abstração. É uma droga poderosa, um entorpecente e tanto.
O que espanta Jabor, que foi um deles, é sua incapacidade de mudança, de aprender com os próprios erros. Isso também sempre me espantou, apesar de jamais ter sido de esquerda. Como pode esse pessoal repetir a mesma ladainha meio século depois, como se nada tivesse acontecido nesse período que derrubasse cada bandeira socialista? Como alguém pode defender Cuba hoje? Como alguém pode manter o mesmo discurso idiota contra o capitalismo, o lucro, a ganância, o “imperialismo ianque”? “Eles não mudam nunca”, desabafa Jabor. Persistem na mesma marcha da insensatez. Jabor conclui, usando um grande pensador brasileiro:
Nunca me esqueço de um debate do grande intelectual “aroniano” José Guilherme Merquior com dois marxistas na TV. Os dois falavam sempre dos erros da esquerda, mas considerados apenas como “percalços” de uma marcha triunfal para o futuro. Eles diziam, batendo no peito: “Erramos no stalinismo, na Hungria, em Praga, aqui erramos em 1935, 1964, em 1968, mas continuaremos lutando.” Merquior respondeu na lata: “Por que vocês não desistem?”
Uma boa pergunta: por que vocês não desistem? Talvez a resposta seja dura: porque não conseguem ser diferentes, por falta de inteligência, ou de caráter. Porque necessitam desse ópio como um viciado necessita da pedra de crack. Porque sem esses dogmas, eles se sentem totalmente desamparados. Porque são covardes. Porque são muito vaidosos e amam a autoimagem de “altruístas” refletida no espelho quebrado de suas casas. Porque são oportunistas. Porque são burros mesmo. Enfim, temos algumas alternativas, mas a pergunta permanece: por que vocês não desistem, comunas?

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sábado, 4 de julho de 2015

A extinção da mulher sapiens", por Guilherme Fiuza

"A extinção da mulher sapiens", por Guilherme Fiuza

O Globo


Pela teoria de domínio do fato, Lula e Dilma estariam sendo investigados. Procura-se um homo sapiens capaz de fazer isso acontecer

Dilma chegou lá. Conseguiu enfim bater a popularidade de Collor na época do impeachment. Alcançou um dígito de aprovação (9%), segundo o Ibope, e 68% de rejeição. A façanha se deu logo após a confissão de Ricardo Pessoa, o homem-bomba das empreiteiras. Ele confirmou que financiou a campanha de Dilma em 2014 com dinheiro roubado da Petrobras. É o flagrante definitivo do nacionalismo companheiro. O que faz uma mulher sapiens diante de tal obscenidade?
Faz o de sempre: joga areia nos olhos da plateia, como diagnosticou Fernando Gabeira. Mas a tática de embaralhar e confundir, quando utilizada por uma pessoa embaralhada e confusa, produz um resultado esquisito. “Não confio em delator”, rebateu Dilma, atirando no mensageiro. A presidente explicou que a ditadura tentou fazê-la delatar seus companheiros, e ela não aceitou. Até Joaquim Barbosa surgiu de seu exílio para dizer que Dilma feriu o instituto da delação premiada com esse paralelo estapafúrdio. Mas Joaquim não entende nada da lógica companheira.
Lula da Silva já justificou massacres impostos pelo seu amigo ditador do Irã como “briga normal entre flamenguistas e vascaínos”. Agora ele admitiu que Dilma mentiu na eleição, conforme revelou o GLOBO, ao dizer que ajuste fiscal era coisa do seu adversário. Mas durante a campanha, quando o adversário denunciava as mentiras de Dilma — o ajuste de Armínio Fraga ia esvaziar o prato do povo —, a infantaria petista gritava que era agressão contra a mulher. Mulher sapiens, vítima da ditadura, coitada profissional. Haja areia.
A Operação Lava-Jato, que não deixa em paz esse governo sofrido e discriminado, prendeu donos de empreiteiras. Entre eles o presidente da Odebrecht, cujo lobista levou Lula para passear pelo mundo. As prisões foram feitas sob a teoria de domínio do fato, isto é, autoria indireta dos crimes. Ricardo Pessoa, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef já inundaram o processo do petrolão com evidências de que o esquema prosperou à sombra do Palácio do Planalto. Pela teoria de domínio do fato, Lula e Dilma estariam no centro das investigações. Procura-se um homo sapiens capaz de fazer isso acontecer.
Aí vem o Tribunal de Contas da União mandar a presidente justificar as pedaladas fiscais. Só pode ser uma conspiração da direita. Como a orgia nas contas públicas não é justificável, a plateia aguarda com a respiração presa o próximo truque para livrar Dilma do crime de responsabilidade. Cuidado com os olhos, porque lá vem areia. Já mandaram o ex-secretário do Tesouro dizer que a culpa foi dele — mais um aloprado desses que fazem o diabo por conta própria e não obedecem a ninguém. Como não há estoque de álibis que chegue para tanta fraude, o governo do PT está por um fio.
E quem segura esse fio é um elenco admirável. Há jornalistas importantes (com e sem mesada), intelectuais respeitáveis, expoentes da cultura. Eles formam a tropa de choque da Dilma — mais ou menos como aquela liderada por Roberto Jefferson na via crúcis de Collor. Esses bem-pensantes não se importam com o estelionato petista, que em nome da justiça social depenou o país, porque estão com os olhos enfiados na Bíblia. Luiz Inácio é seu pastor e nada lhe faltará (se cortejares o partido certo). Se vires milhões nas ruas contra a impostura do PT, enxergarás apenas a faixa pedindo intervenção militar — e gritarás contra a “onda conservadora”. Caminhando e cantando e seguindo o cifrão.
Evidentemente chegará o dia em que esses dogmas de 1,99 vão se esfarelar, e a mulher sapiens irá para o museu de história natural. Nesse dia, os gladiadores progressistas da Dilma dormirão como heróis dos oprimidos raciais, sociais e sexuais, e acordarão como avalistas da maior picaretagem do Brasil contemporâneo. Gente, é sério: isso vai dar uma ressaca danada.
Lula foi fazer comício para os petroleiros e gritou (quanto menos ouvem, mais ele grita) contra a perseguição “das esquerdas”. Ele está falando com vocês, seguidores do livro sagrado dos maniqueísmos. O povo não está nem aí para esse papo de esquerda. O que o povo sabe é que o emprego está indo embora e a inflação está voltando, por obra de um governo que destruiu as finanças públicas com sua gana parasitária. Isso é ser de esquerda? Resolvam aí entre vocês, antes que seja tarde.
A explicação do governo bonzinho para as doações confessadas pelos presos da Lava-Jato é que tudo foi recebido de maneira absolutamente legal. Ou seja: o dinheiro era sujo enquanto era propina, mas ao entrar legalmente no caixa do PT ficou limpinho. Como resumiu Renata Lo Prete: no mensalão, a estratégia petista era alegar caixa dois; no petrolão, a estratégia é alegar caixa um.
Quem pode acreditar que essa má fé compulsiva provém de um projeto humanitário de poder? Atualizem logo o seu selo de bondade, prezados cidadãos conscientes. Largar a mão da mulher sapiens quando ela estiver sendo varrida pelo dilúvio não vai pegar bem.