sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Ucrânia libre, pero no mucho

A Ucrânia é um país curioso. Li no wikipedia que seu povoamento data de 44 mil anos, não sei se por russos, polacos, hunos ou cavalos. O fato é que em sua história milenar, a Ucrânia quase sempre foi partida e repartida entre os impérios vizinhos.

Uma Ucrânia independente é exceção à regra. No século XIX, parte do país era do Império Austro-Húngaro, outra parte dos russos. Depois de um curto período independente após a primeira guerra munfial, o território ucraniano voltou a ser dividido, dessa vez entre poloneses e soviéticos. Em 1991, com o fim da União Soviética, a Ucrânia conseguiu finalmente uma independência que já dura mais de duas décadas.

Há motivos de sobra para a relação de amor e ódio entre russos e ucranianos. Se de um lado a religião, a língua e os vínculos históricos e até familiares os aproximam, de outro os anos de dominação deixaram suas marcas. Papai Stalin foi malvado além da conta e há quem contabilize mais de seis milhões de ucranianos mortos durante o programa de coletivização da agricultura que ele impôs à Ucrânia nos anos 1930. O stalinismo matou gente de fome no que até então era o celeiro da Europa.

Infelizmente, assim como se passa com o México com seu vizinho do norte, a Ucrânia parece estar longe de Deus e perto demais da Rússia. Kiev fica a poucas centenas de quilômetros de Moscou e os russos não podem se dar ao luxo de ter um país adversário ou mesmo hostil no seu quintal. Foi por essa e por outras que Viktor Yushchenko, um político ucraniano que defendia uma plataforma pró ocidental, apareceu na campanha presidencial de anos atrás com o rosto desfigurado pelo envenenamento por dioxina.

Coincidência? Bruxaria? As bruxas existem, sim, mas eu acredito mais na boa e velha geopolítica. E vamos em frente para ver o que tem dentro dessa salada russa.