quarta-feira, 31 de julho de 2013

Soldados invisíveis

Hoje, o Valor Econômico traz um artigo de Cláudio Gonçalves Couto que trata sobre a qualidade do Estado. Após informar que índice de confiança das Forças Armadas atingia a 71%, o articulista comenta que de nada adiante confiar em instituições desaparelhadas, sucateadas e que não conseguem cumprir a contento as suas tarefas. Para ele, a população apenas confia nas Forças Armadas porque não tem instrumentos para aferir cotidianamente o seu mal funcionamento, da mesma forma como consegue fazer com o transporte, a saúde, a educação, a polícia ou a conduta dos políticos.
Curiosamente, o artigo foi publicado no mesmo dia em que se anuncia mais um expressivo corte do orçamento da Defesa.  Esse fato reforça a percepção da insuficiência de recursos das Forças, que, por isso, não conseguiriam cumprir suas missões a contento. Contudo, o trecho que mais incomoda é o que associa a confiança da população nas Forças Armadas a uma suposta incapacidade de aferir a eficiência de seu funcionamento. 
Será que isso é mesmo verdade? Acho que não.
Começo meu argumento pela porta de entrada das instituições militares, ou seja, trato primeiro da educação. Os alunos das escolas militares destacam-se pelo seu desempenho acadêmico. É verdade que o Estado investe valiosos recursos financeiros na formação e aperfeiçoamento do pessoal militar, mas o dinheiro não é, nem de longe, o principal componente dessa equação. 
O principal motivo para a boa educação militar é a seriedade em que esse assunto é tratado. Não há greves nas escolas militares, os alunos se esforçam para atingir os parâmetros estabelecidos porque sabem que seu futuro profissional depende de seu desempenho escolar. 
Depois de passar pela porta de entrada das Forças Armadas, entro nos quartéis. Espalhados por todo o Brasil, a caserna é, invariavelmente, um lugar bem cuidado, onde cada real tem que ser muito bem aplicado, porque sobram problemas a resolver e faltam recursos para isso. Os comandantes são, antes de tudo, gestores de suas unidades, preocupados com todos os aspectos que envolvem seus subordinados. 
O homem é o centro das preocupações. A cada ano, milhares de famílias brasileiras emprestam seus filhos ao Estado, para o cumprimento da obrigação do serviço militar. Por imposição legal, há restrições quanto aos tamanhos das Forças, que há várias décadas permanecem com o mesmo efetivo. Por isso, apenas um em cada dez jovens alistados cumprirá o serviço militar, que na prática deixou de ser obrigatório, pois são quase todos voluntários.
Quem disse que a população não tem capacidade de aferir o funcionamento das Forças?
Pois bem, os jovens recrutas jovens assistem a tudo o que se passa dentro dos quartéis. Lembro que a juventude é muito crítica e os soldados contam para sua família as suas impressões pessoais, principalmente quanto ao comportamento de seus superiores. 
Esse é o principal termômetro do funcionamento das instituições militares.
Sigo meu passeio e chego aos órgãos de direção das Forças Armadas, encarregados de planejar e manter o bom funcionamento das Instituições, ao mesmo tempo em que buscam o aperfeiçoamento constante de materiais e métodos. Para isso, aplicam eficientes técnicas de gestão, tratam todos os assuntos com seriedade, preocupam-se com metas e prazos, buscam soluções para todos os desafios que se apresentam.
Mesmo com todas as dificuldades, discordo do articulista quando ele diz que as missões não são cumpridas a contento. O que tenho vivenciado é justamente o contrário e,  pelo que se constata, compartilho a mesma percepção que a da maioria dos brasileiros. 
Saio das Forças e entro no reino das percepções. Nele, constato que a confiança da população nas Forças Armadas se deve ao comportamento sério, fundamentado em bons princípios, por gente comprometida com a bandeira do Brasil que leva grudada na manga do uniforme que veste.
Isso é mais do que nacionalismo. É a ética militar.
Diferente de outras profissões, o militar chega na porta da caserna vindo de todos os segmentos da sociedade, principalmente dos extratos menos favorecidos economicamente. Acrescento que expressiva parcela dos oficiais é composta por  filhos de sargentos. Acredito que o articulista não saiba quanto ganha um oficial e, muito menos, um sargento. Quem vem de baixo sabe que é preciso ser realista para construir o edifício do progresso.
Por isso, afirmo que a população sabe, sim, discernir que as Forças merecem sua confiança. Os brasileiros confiam nos militares porque percebem que eles sempre agem quando preciso,  não fogem à luta, por mais difícil que seja, fundamentam suas ações em sólidos princípios morais e se afastam das ilusões do populismo fácil e vazio. 
O articulista foi injusto na sua análise e me parece que não consegue enxergar o trabalho dos militares. Talvez seja isso mesmo, pois, como acontece no combate moderno, nossos soldados vestem o camuflado para agirem invisíveis em todos os campos de batalha.

Joselito Müller

Ontem, descobri o site do Joselito Müller e desde logo percebi que seus textos bem humorados nos fazem rir primeiro e pensar depois. Isso porque a ironia é uma arma poderosa contra tantos abusos que temos suportado. Do seu modo, o autor nos entrega uma mensagem moral, disfarçada em textos tão absurdos que só podem ser mentira. O inusitado é que aquelas mentiras irônicas se parecem demais com outras tantas propostas de transformação social que violentam o bom senso. Nas trincheiras do pensamento, há um movimento pernicioso fabricando novas verdades, demolindo as bases da sociedade e aplainando o terreno para a construção de uma ditadura. Enquanto as mentiras de Joselito me fazem rir e pensar, as novas verdades pré-fabricadas matam o livre pensamento e não têm graça nenhuma.

terça-feira, 30 de julho de 2013

O que querem os índios - Revista Veja, Edição 2295, de nov 2012


A reportagem mostra que a atuação dos marxistas do CIMI consegue desvirtuar a realidade indígena, criando uma mentira para dividir nossa sociedade.  Essa atitude faz parte da estratégia gramciana para a tomada do poder.



O que querem os índios
Sociedade
A mais completa pesquisa de opinião já realizada nas aldeias brasileiras revela como os índios vivem e o que eles esperam do futuro. A maioria quer progredir socialmente, mas ainda depende do governo para sobreviver
Leonardo Coutinho
Uma das principais reclamações dos índios é a de não serem ouvidos. De tempos em tempos, eles tingem o corpo de vermelho e negro em sinal de guerra e saem a brandir suas bordunas, arcos e flechas em frente a representantes do governo para chamar atenção para suas reivindicações. Na maioria das vezes, a sociedade brasileira só fica sabendo de suas demandas por meio de intermediários - padres marxistas ou ongueiros que fazem com que os moradores das cidades acreditem que os problemas indígenas consistem em falta de terras e em obras de infraestrutura nocivas ao ambiente. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pôs fim a essa lacuna. É o mais completo levantamento das opiniões dos índios brasileiros já realizado. Durante 55 dias, os pesquisadores visitaram 32 aldeias em todas as regiões do país e entrevistaram 1222 índios de vinte etnias. Trata-se de uma amostra robusta maior, proporcionalmente, do que a que costuma ser usada nas sondagens eleitorais. As respostas revelam que os índios têm aspirações semelhantes às da nova classe média nacional, ou seja, querem progredir socialmente por meio do trabalho e dos estudos. Eles sonham com os mesmos bens de consumo e confortos da vida moderna, sem deixar de valorizar sua cultura. Muito do que é apresentado pelos intermediários da causa indígena como prioridade nem sequer aparece na lista das preocupações cotidianas dos entrevistados. "A pesquisa libertará os índios da sua falsa imagem de anacronismo", diz a presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu (PSD/TO). Nove em cada dez índios acham melhor morar em casa de alvenaria do que numa maloca. Oito em cada dez consideram muito importante ter um banheiro sob o teto em que vivem, um conforto desfrutado por uma minoria. Quase metade dos indígenas adoraria tomar uma ducha quentinha todos os dias. O grupo de índios donos de automóveis é seis vezes a média dos brasileiros de classes C e D. "Ninguém deixa de ser índio por querer viver bem. É inaceitável que as regras de como devemos ser continuem sendo ditadas de cima para baixo sem levar em consideração a nossa vontade", diz Antonio Marcos Apurinã, coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, que representa 160 etnias. Segundo Apurinã, por causa da falta de condições adequadas nas áreas demarcadas, muitas aldeias passam por um êxodo sem precedentes. Há quatro anos, 12500 índios viviam na periferia de Manaus. Hoje, estima-se que mais de 30000 vivam apinhados em construções precárias na cidade. Se a criação de reservas é alardeada como a demanda mais urgente dos povos indígenas, por que eles as estão abandonando para viver em favelas? Com a palavra, os índios. O problema mais citado é a precariedade dos serviços de saúde. Eles se queixam principalmente da falta de medicamentos farmacêuticos (que eles valorizam tanto quanto os remédios tradicionais) e de médicos. Em segundo lugar está a falta de emprego. "Nós não vivemos mais como nos meus tempos de infância. A nova geração compreende a vantagem de ter um emprego, uma renda. Ela quer ter roupa de homem branco, celular e essas coisas de gente jovem. Os governantes precisam aprender que nossos filhos querem ter tudo que os filhos do homem branco têm. Falar português, ir para a universidade e ser reconhecidos como brasileiros e índios", diz o cacique Megaron Txucarramãe, um dos mais respeitados líderes caiapós, de Mato Grosso. A questão fundiária é um tema marginal. Quando instados a falar sobre seus problemas individuais, os entrevistados nem sequer citaram a criação ou a ampliação de reservas. O assunto só ganhou relevância quando aplicado aos índios em geral. Nesse caso, a demarcação de áreas é o segundo problema mais mencionado, depois de saúde. Isso significa que, quando pensam nos outros índios, os entrevistados são tão influenciados pela campanha a favor da demarcação de reservas como o restante da população. Ao avaliarem sua situação pessoal, porém, apontam outras prioridades. "Quando nos fazem acreditar que precisamos de mais reservas, os problemas mais urgentes são esquecidos", diz o índio macuxi Jonas Marcolino, de Roraima, formado em matemática e estudante de direito. É claro que, quando questionados se gostariam de ter mais terras, a maioria dos índios entrevistados disse que sim. Se a pergunta fosse feita a um fazendeiro, qual seria a resposta? A mesma, evidentemente. O sociólogo Bernardo Sorj, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que, ao conviverem com o resto da sociedade, é inevitável que os povos indígenas absorvam valores e expectativas da cultura nacional e aspirem aos mesmos direitos. "Trata-se de um processo de transformação crivado de tensões que exige dos índios um esforço para aliar a tradição à modernidade. Cabem aos demais brasileiros compreensão, respeito e apoio para que eles façam essa síntese, que será sempre instável, entre a ancestralidade e a vida moderna", diz Sorj. Missionários e militantes que tentam resumir a questão indígena à expansão das reservas, anotem: o que os índios mais querem é saúde, emprego e saneamento.
O sonho da modernidade A pesquisa do Datafolha encomendada pela CNA mostra que os índios aspiram às mesmas conquistas materiais e sociais almejadas pela maioria dos brasileiros. Para eles, não há contradição entre a identidade indígena e os confortos e desafios da vida moderna, o que inclui trabalhar e estudar como qualquer outra pessoa. Eles querem cidadania plena e não desejam viver como os antepassados viviam cinco séculos atrás. Foram entrevistados 1222 moradores de 32 aldeias indígenas em todas as regiões do país.

Produção de grãos e bovinos predomina na ocupação da Amazônia

O Epoch Times publicou em 22 de março a notícia transcrita a seguir e que critica a expansão da agropecuária na Amazônia. Faltou dizer que a população de Manaus praticamente dobrou de tamanho nos últimos vinte anos. O que o periodista quer? Que a população morra de fome? Ou será que ele acredita que a produção tradicional de mandioca em pequenas propriedades seria suficiente para alimentar quase dois milhões de habitantes?


Notícia veiculada em http://www.epochtimes.com.br/producao-de-graos-e-bovinos-predomina-ocupacao-da-amazonia/

"Estudo divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a maior taxa de crescimento das atividades de ocupação da Amazônia brasileira entre 1995 e 2006 foi para produção de grãos e bovinos.

O estudo teve como objetivo geral caracterizar as principais mudanças ocorridas no padrão de produção agrícola, pecuária e extrativista na região amazônica.

As médias superiores de expansão e crescimento agropecuário em relação à média nacional contextualiza a Amazônia brasileira “como uma frente de expansão das atividades agrícolas, com destaque para a produção de grãos (soja e milho)”, revela.

O estudo apontou crescimento de 50% do rebanho bovino no período de 1995 a 2006, o que resulta em aumento de 21 milhões de animais. Os grãos aumentaram 141% em relação à média nacional, com destaque para aumento de produção de soja.

Segundo o estudo, esse crescimento foi direcionado e concentrado em propriedades de larga escala, em substituição das pequenas propriedades e atividades tradicionais. “A expansão da área de pastagem e de produção de grãos em larga escala desarticula arranjos produtivos tradicionalmente constituídos por agricultores e extrativistas, seja pela expropriação territorial ou pela desarticulação das configurações produtivas”, complementa.

“As atividades que mais contribuíram para este crescimento foram: soja, que passou de 1,8 para 4,3 milhões de ha; milho, de 1,1 milhão para 1,6 milhão de ha; mandioca, de 397 mil para 881 mil ha; e algodão, de 38 mil para 414 mil ha”, evidencia o estudo. Em contraponto, a cultura de arroz apresentou uma pequena redução no período. Os estados que mais contribuíram para este crescimento foi Mato Grosso, Maranhão e Pará.

Amazônia o “estoque de terra”

O estudo aponta fatores explicativos para o aumento de atividades agropecuárias na região. Mesmo com as deficientes características da Amazônia – grandes distâncias dos centros de consumo e de exportação e deficiência de infraestrutura de transportes -, os baixos preços da terra compensam a expansão na região amazônica em relação às demais regiões produtoras do país, explica o estudo.

“A Amazônia é depositária de um grande “estoque de terra” que vem sendo ocupado por empreendimentos agropecuários nos últimos anos, potencializando o chamado agronegócio exportador”, explica. É justamente esse argumento que torna “invisível” as formas tradicionais de ocupação, favorecendo a expropriação dos territórios tradicionalmente ocupados, revela.

“O elevado valor bruto da produção destas lavouras, bem como a mobilização de poder político a elas associado, têm alterado profundamente a dinâmica econômica da região, com a criação de infraestrutura, formação de novas cidades e implantação de complexos agroindustriais. Por sua vez, ocorre um relativo enfraquecimento das formas familiares de produção, seguido de uma forte concentração e centralização dos ativos fundiários e dos bens de capital”, explica a pesquisa.

Outros fatores apontados pelo estudo para o aumento da produção de grãos e bovinos na Amazônia foi o crescimento do mercado de exportação de carne e soja, a implantação de infraestrutura de estradas e de armazenamento, o desenvolvimento de pesquisas e as políticas públicas de crédito rural.

O estudo baseou-se no Censo Agropecuário 2006 do subprojeto denominado ‘Caracterização e análise da dinâmica da produção agropecuária na Amazônia brasileira’, coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em cooperação com o Ipea. Para ter acesso à pesquisa completa, clique aqui.  Confira também outros estudos divulgados pelo Ipea."

Rejeitar o arado empunhando a espada - por Leonan dos Santos Guimarães


PUBLICADO PELO CORREIO BRASILIENSE EM 25 DE MARÇO DE 2013


Leonam dos Santos Guimarães
Doutor em engenharia e membro do Grupo Permanente de Assessoria em Energia Nuclear do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea)
Cinco países são reconhecidos internacionalmente como "estados dotados de armas nucleares". Possuem as armas por direito concedido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP): EUA, Reino Unido, França, China e Rússia. Entretanto, outros Estados têm essas armas de fato, não de direto.
Três deles, não signatários do TNP, declararam formalmente e demonstraram na prática, mediante testes nucleares, possuí-las: Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Apesar de nunca ter declarado nem demonstrado diretamente, parece não haver dúvidas de que Israel, que não é signatária do TNP, também as tem.
A África do Sul, quando ainda não tinha aderido ao TNP, as teve, mas decidiu desmontá-las voluntariamente. A Ucrânia armazenou artefatos nucleares em seu território, mas eles foram totalmente repatriados para a Rússia por meio de acordo depois do desaparecimento da URSS. Nos dias de hoje, o Irã é acusado pela comunidade internacional de estar buscando obtê-las, o que vem sendo tratado como grande ameaça à paz mundial.
Mas o que dizer dos cinco países europeus que têm no território armas nucleares de origem americana "não declaradas", incluindo Bélgica, Alemanha, Turquia, Holanda e Itália? Será que eles não constituem ameaça? A existência das armas, incluindo os procedimentos e meios operativos para seu emprego, é formalmente reconhecida pela Otan.
Os EUA têm cerca de 480 armas termonucleares B61 nos cinco "Estados não dotados de armas nucleares" e desenvolve programa de modernização delas. Sua existência é ignorada pela Aiea — organismo técnico internacional com delegação da ONU para verificar o cumprimento dos compromissos assumidos pelos países que aderiram ao TNP. Entre os cinco "estados nucleares não declarados", a Alemanha é o mais armado. A força aérea alemã tem três bases que podem armazenar até 150 armas e operar aviões alemães Tornado, capazes de lançar ogivas nucleares.
A que se destina a instalação e acumulação de armas táticas B61 nessas cinco nações? Quais seriam os potenciais alvos das armas? Dadas as características técnicas operacionais, elas somente poderiam ser empregadas contra alvos na Rússia e Leste Europeu ou no Oriente Médio e Norte da África.
O fato implica muitas contradições, casos típicos de dois pesos, uma medida. A primeira delas é que, enquanto alguns desses países acusam o Irã de buscá-las, eles próprios têm capacidade de atacá-lo com as mesmas armas. A segunda é que três dos cinco países, Alemanha, Itália e Bélgica, decidiram abandonar o uso pacífico da energia nuclear, que é a geração elétrica, sob a justificativa dos "riscos elevados", mas nenhum decidiu devolver as armas aos EUA, como fez a Ucrânia à Rússia. Será que as usinas nucleares são risco maior do que as bombas atômicas? A classe política e a sociedade parecem pensar que sim.
A Alemanha é o caso mais emblemático da contradição: não é uma potência nuclear "de direito" pelo TNP, mas estoca armas nucleares fabricadas nos EUA e sua força aérea tem capacidade própria de lançá-las. A empresa Eads, controlada pelo poderoso Grupo Daimler, é o fornecedor para a França do míssil balístico M51, capaz de lançar ogivas nucleares de submarinos. O estaleiro alemão HDW é o fornecedor para Israel de submarinos capazes de lançar mísseis com armas nucleares.
Ao mesmo tempo, a Alemanha decidiu descomissionar o seu parque de geração elétrica nuclear, na esteira do acidente de Fukushima. Isso tem implicado aumento na geração de gases efeito estufa, afetando todo o mundo, e em grandes custos para o país, a serem arcados pela sociedade. Rejeitam o arado e abraçam a espada.

Opção às hidrelétricas é 'sujar' matriz brasileira

Publicado no Globo de 28 de julho de 2013


As usinas hidrelétricas representam cerca de 70% da capacidade de geração de eletricidade no país. Quando os reservatórios estão cheios, chegam a responder por 80% da energia elétrica gerada. Com a conclusão de grandes hidrelétricas na Amazônia (Santo Antônio e Jirau, em Rondônia; Teles Pires, em Mato Grosso; e Belo Monte, no Pará), a participação da energia hidráulica deve aumentar, em termos de capacidade instalada, mas não na efetiva geração de eletricidade. E a razão é que essas usinas estão sendo construídas sem reservatórios de acumulação de água, por restrições ambientais (seria preciso inundar grandes áreas, devido à topografia amazônica), e não funcionarão à plena
potência durante vários meses.
Por isso, a contribuição das usinas térmicas convencionais (incluindo as que queimam biomassa) deve aumentar pouco a pouco. Atualmente a participação dessas usinas na geração é da ordem de 22%, em média, quase no limite de sua capacidade instalada (27% do total). As usinas eólicas também vêm aumentando a participação, mas, até o fim da década, não deverão ultrapassar, ainda, a fatia de 5%.
O próximo leilão de energia futura só deverá contar com a oferta de uma grande hidrelétrica (Sinop). Isso significa que a maior parte da geração prevista para daqui a cinco anos terá de ser preenchida por usinas térmicas convencionais, inclusive a carvão. Mesmo com todo o esforço tecnológico para tornar esse tipo de usina mais limpa, a matriz energética tende a ficar então mais "suja".
Usinas térmicas, convencionais ou nucleares, são necessárias porque, sem reservatórios de acumulação nas hidrelétricas, o Brasil passa a ser mais dependente do regime anual de chuvas. Nos anos com menos precipitação pluviométrica, como aconteceu em 2012, as térmicas são mais acionadas. Tais centrais elétricas podem também ser construídas mais próximas aos centros de consumo, assegurando, assim, maior confiabilidade ao fornecimento de eletricidade.
Portanto, usinas térmicas não se constituem em um "mal" em si. Porém, é possível manter a matriz energética do país mais equilibrada, construindo-se hidrelétricas, com reservatórios de acumulação onde for ambientalmente possível.
O que não é compreensível é a rejeição às usinas hidráulicas na Amazônia. O Rio Tapajós e seus afluentes, por exemplo, têm elevado potencial, e os projetos elaborados para essa bacia foram inovadores. As barragens ficarão em locais isolados, longe de aglomerações urbanas, e terão todos os acessos terrestres fechados quando as usinas estiverem prontas. Por isso, são comparadas a plataformas de petróleo em alto-mar, pois os futuros operadores das hidrelétricas trabalharão como se estivessem "embarcados", sem ter vizinhos por perto, nem mesmo aldeias indígenas, que estarão distantes desse trecho do rio, hoje não navegável. A oposição a elas não é racional.

Bolsa Floresta é exemplo de solução para desmatamento na Amazônia

Não confio no Imazon e nem sou adepto de bolsas miséria, mas o artigo é uma boa notícia.
O texto publicado em https://www.epochtimes.com.br/bolsa-floresta-exemplifica-solucao-desmatamento-amazonia/

O desmatamento da floresta amazônica têm aumentado. Segundo dados recentes publicados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), no período de agosto de 2012 a junho de 2013, o desmatamento na Amazônia Legal totalizou 1.838 quilômetros quadrados. O Pará foi o principal responsável por estes dados, totalizando cerca de 772 quilômetros quadrados de florestas desmatadas, seguido pelo estado do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.
Além da perda de biodiversidade e de serviços ambientais, o desmatamento da floresta contribui para as mudanças climáticas. O Imazon calculou que 97 milhões de toneladas de emissões de CO2 equivalentes foram liberadas devido ao desmatamento, o que representa 90 % de aumento em relação ao ano anterior.
Neste contexto, estratégias para poder valorizar a floresta em pé e ao mesmo tempo manter a população que vive dela em uma situação digna, são os principais desafios das autoridades. Um exemplo pioneiro e que tem apresentado já resultados concretos é o Bolsa Floresta.
“Tem que estimular a pessoa a ganhar dinheiro com a mata. Este é o cerne da Bolsa Floresta: é investimento na floresta em pé”, disse Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e ex-secretário de meio ambiente e desenvolvimento sustentável do Amazonas ao Epoch Times.
Criado em setembro de 2007, este é o maior programa do mundo em extensão, em uma área superior a 10 milhões de hectares, equivalente a  extensão de Portugal. Beneficia atualmente mais de oito mil famílias de 578 comunidades, em 15 Unidades de Conservação (UCs) no estado do Amazonas.
De acordo com Virgílio, após a implementação do programa, 68% dos entrevistados dizem que a vida melhorou.
Além dos ganhos sociais e de renda para a população, o meio ambiente também é beneficiado pelo programa. Quando comparadas taxas de desmatamento entre UCs, as que possuem o Bolsa Floresta, apresentaram menor perdas. ”A taxa de desmatamento onde não tem o programa é de 0,03 %. Onde tem o programa, é 0,008 %. Isto é cerca de 3,5 vezes menos”.
Virgílio explica que os participantes da Bolsa têm que passar por uma oficina prévia onde são trabalhados temas como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, entre outros. “O trabalho de educação ambiental e apoio à organização de base comunitária são pilares fundamentais do Bolsa Floresta”, aponta. Após a oficina, os participantes são convidados a firmar um termo de compromisso formal, no qual se comprometem com o desmatamento zero em áreas de floresta primária, uso de práticas de prevenção de queimadas e participação na associação de moradores da UC.
O programa Bolsa Floresta é constituído por quatro componentes. A Bolsa Floresta Renda prevê incentivos aos povos e comunidades para produção sustentável. A Bolsa Floresta Social abrange investimentos em saúde, educação, transporte e comunicação. A Bolsa Floresta Associação implica no fortalecimento da associação e controle social do programa. Por fim, a Bolsa Floresta Familiar visa envolver as famílias na redução do desmatamento.
Virgílio ainda aponta que existe já um processo de troca de experiências entre as instituições envolvidas aos programa Bolsa Floresta e o Bolsa Verde, que é outra forma de auxílio que visa reduzir o desmatamento, implementada em 2011 pelo governo Dilma e que possui diferenças ao Bolsa Floresta.
O programa é iniciativa implementada pela FAS, em coordenação com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Amazonas.

Resíduos orgânicos da Amazônia são fontes de biocombustível

O texto é de 29 de julho de 2013 e foi publicado em
 http://www.d24am.com/amazonia/ciencia/residuos-organicos-da-amazonia-sao-fontes-de-biocombustivel/92223


Manaus - A possibilidade de utilizar resíduos amazônicos como matéria-prima para biocombustíveis despertou a curiosidade dos participantes da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na capital pernambucana.
O trabalho ‘Prospecção de cepas fúngicas amazônicas para aproveitamento de subprodutos da cadeia produtiva de biodiesel visando compostagem e produção de biocombustível de segunda geração’, que esteve disponível no estande do Governo do Amazonas, foi desenvolvido pela pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Antônia Souza.
A pesquisa é vinculada ao Programa Biocom, que conta com financiamento do governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Estado do Amazonas (Fapeam), e Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). O projeto já contribuiu com a formação de dois mestres e vários alunos de iniciação científica na região.
Segundo a pesquisadora, foram analisados dez tipos de resíduos da região, entre eles a casca e o caroço do cupuaçu, a casca e a semente do maracujá, as cascas da macaxeira, do urucu, do coco, do guaraná, resíduos de pau-rosa e o bagaço da cana-de-açúcar. Os levantamentos foram realizados nos municípios de Maués, Barcelos e Presidente Figueiredo.
“O trabalho identificou três linhagens de micro-organismos que podem ser utilizados na produção de bioetanol e na compostagem. Foram realizados ensaios com êxito na produção do bioetanol de segunda geração com dois destes resíduos e a compostagem com as amostras dos micro-organismos selecionadas. Esses testes apresentaram por volta de 80% a melhora de crescimento da semente do jerimum”, afirmou Souza, que é doutora em Genética e Evolução.
As próximas etapas da pesquisa consistem em otimizar a produção do bioetanol de segunda geração e, ainda, pesquisar nova matéria-prima para a produção do biodiesel. “De posse desses resultados, queremos agora tornar esse bioetanol economicamente viável. Além disso, vamos buscar novas fontes a partir da biodiversidade microbiana para a produção de biodiesel”, detalha.
Para a professora da rede municipal de ensino de Recife, Geovana Brito, a pesquisa possui grande valor científico e deve ser usada como modelo para outras regiões.

Milícias do pensamento - de Kátia Abreu

Publicado pela Folha de São Paulo de 16 de março de 2013

Está sendo construído um consenso de que o produtor rural é um usurpador social
O filósofo italiano Antonio Gramsci ensinava que o teatro de operações da revolução comunista não era o campo de batalha, mas o ambiente cultural, a trincheira do pensamento.
Enquanto Lênin pregava o ataque direto ao Estado, Gramsci sustentava que o novo homem, anunciado por Marx, emergiria não do terror revolucionário, mas da transformação das mente
Para tanto, impunha-se a infiltração e o domínio pelo partido dos meios de comunicação -jornais, cinema, teatro, editoras etc.- e a quebra gradual dos valores cristãos (que ele preferia chamar de burgueses), por meio do que chamava de guerra psicológica.
Segundo ele, é preciso uma reforma intelectual e moral, que leve à superação do senso comum, para a
construção de outro consenso monitorado pelo partido.
A relativização desses valores resultaria, numa primeira etapa, numa sociedade mais fraca, destituída de parâmetros morais, mais propícia a absorver os valores do socialismo.
Desnecessário dizer que essa revolução está em pleno curso no Brasil -e não é de hoje. Entre os consensos construídos, está o de que o produtor rural é um usurpador social, que deve ser
permanentemente molestado. Disso resultou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), organização sem personalidade jurídica (insuscetível de ser processada por seus atos criminosos), mas com existência concreta, munida de verbas do Estado por meio de ONGs e transgressora recorrente do direito de propriedade, cláusula pétrea constitucional.
Dentro da estratégia gramsciana, as milícias do pensamento valem-se de escaramuças, que consistem em lançar ao debate teses que sabem serão rejeitadas num primeiro momento.
Importa, porém, romper a aura de tabu e acostumar a sociedade a gradualmente absorver o que sempre rejeitou. Exemplo disso foi o Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH), de 2009.
Trata-se de um conjunto de transgressões democráticas, propondo censura à imprensa, legalização das invasões de propriedades (tirando do Judiciário o poder de arbitragem e incluindo o invasor como instância de mediação), proibição do uso de símbolos religiosos em locais públicos, revisão do currículo das academias militares etc.
Agora, o PNDH-3 que a sociedade rejeitou volta como um fantasma na redação dada por alguns deputados ao artigo 159 do novo Código de Processo Civil. Constam no texto, entre outras pérolas, que, "nos casos de litígio coletivo pela posse ou propriedade de imóvel urbano ou rural, antes do exame do requerimento de concessão da medida liminar, o juiz deverá designar audiência de justificação prévia de conciliação entre as partes e seus representantes legais".
Isso significa que, em vez da defesa natural da propriedade rural ou urbana, em caso de invasão, os invasores - com seus facões e foices, fazendo uso de cárcere privado de trabalhadores- deveriam ser previamente ouvidos e defendidos. Os criminosos, preliminarmente, colocariam suas exigências. Imagine se a moda pega e a proposta é estendida a roubo e homicídio.
A aberração não para aí. Diz o parágrafo 2º que, "sempre que necessário à efetivação da tutela jurisdicional, o juiz deverá fazer-se presente na área do conflito".
Não basta, por exemplo, a polícia, que passaria, então, a ter um papel meramente secundário. O próprio juiz, nesses casos, deveria ser obrigado a deixar suas funções para comparecer pessoalmente para ouvir os invasores, os criminosos.
Mais adiante, no parágrafo 4º, outro absurdo:
"O juiz requisitará aos órgãos da administração direta ou indireta da União, do Estado ou do Distrito Federal e do município informações fiscais, previdenciárias, ambientais, fundiárias e trabalhistas referentes ao imóvel".
Parece evidente, salvo para crédulos e radicais, que tal forma de mediação visa nada menos do que inviabilizar, tornar nulo o instituto da reintegração de posse. E, junto com a anulação, desapareceria o direito de propriedade, ferido de morte.
Gramsci, no inferno, deve estar elebrando.
KÁTIA ABREU, 51, senadora (PSD/TO) e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil),

quarta-feira, 3 de julho de 2013

FALTAM 459 DIAS

O primeiro turno das eleições será em 5 de outubro de 2014.
FALTAM 459 DIAS PARA TIRAR ESSA CORJA DO PODER.

terça-feira, 2 de julho de 2013

FALTAM 460 DIAS

O primeiro turno das eleições será em 5 de outubro de 2014.
FALTAM 460 DIAS PARA TIRAR ESSA CORJA DO PODER.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

FALTAM 461 DIAS

O primeiro turno das eleições será em 5 de outubro de 2014.
FALTAM 461 DIAS PARA TIRAR ESSA CORJA DO PODER.