quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Política


Em 15 de julho de 1886, o deputado piauiense Simplício Coelho de Resende, empedernido político conservador, subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para atacar o coronel Cunha Matos, oficial do Exército e herói da guerra do Paraguai.
O crime do Coronel teria sido o de acusar o Capitão José de Lima, ex-comandante da Companhia de Infantaria do Piauí e correligionário do deputado, de malversação de recursos públicos.
Para Simplício de Resende, o coronel agira por motivações políticas, o que lhe bastou para acusá-lo de traidor, a logo ele, Cunha Matos, que havia sido prisioneiro de guerra dos paraguaios e comera o pão que Solano Lopez amassou.
Registre-se que o Ministro da Guerra estava no recinto e nada fez para desmentir o acusador. Cunha Matos defendeu-se pelos jornais, o que lhe valeu rigorosa punição. O coronel cumpriu dois dias de prisão no regimento de artilharia aquartelado em São Cristóvão. Cunha Matos sofreu o castigo em silêncio e não procurou sequer protestar contra o arbítrio do ministro. Mas houve quem protestasse.
Esse foi o episódio que detonou a crise militar e desandou o império.
Na época, já era proibido aos militares manifestar-se pela imprensa quanto a assuntos de natureza política. Muito sabiamente, nossos regulamentos nos proíbem aos militares da ativa esse tipo de manifestação. Caxias e Osório, comandantes indispensáveis do nosso Exército, desentenderam-se por causa de política; o Marechal Deodoro e o General Câmara também.
Não vou prolongar muito a discussão sobre o tema, mas percebo que diminuiu muito e é cada vez menor o repúdio ao Exército, habilmente incutido à população já durante os governos militares, pelos meios de comunicação brasileiros, infiltrados pela ideologia dominante.
Parece que o povo está acordando da sono letárgico da utopia comunista e se apercebendo que os vermelhos gostam mesmo é de dinheiro, roubam e mentem; e que os verdes são honestos no seu caráter e em suas atitudes.
Pensem nisso antes de atirar pedras nos chefes de ontem e de hoje.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Bolsa Família

Eu mantenho há muito tempo um banco de dados onde guardo as principais notícias publicadas pela imprensa. Embora desatualizado, considero valioso meu acervo de informações. Vejamos, então, esta notícia transcrita a seguir.


Publicado pela Revista IstoÉ, Edição 2189 e transcrito na Resenha do Exército
"Os emergentes do Bolsa Família"
Carlos José Marques, diretor editorial
Há um fenômeno recente que reforça a ideia de um avanço consistente de uma nova classe de consumidores brasileiros. O fenômeno está vinculado ao maior programa social do governo. Nos últimos tempos não parou de crescer o volume de pessoas que abandonaram o Bolsa Família, por vontade própria ou não. Pode parecer uma incongruência, mas a saída de participantes do programa – sem que isso signifique a diminuição do número de atendidos, dada a entrada de mais aspirantes ao benefício – está diretamente ligada à melhoria do poder de compra da população. Os brasileiros que deixaram de receber o valor pago pelo Estado o fizeram por não se enquadrar mais no teto de renda familiar previsto – que é de R$ 70 a R$ 140 mensais, por pessoa. Ultrapassaram esse limite. Melhoraram de vida, tiveram acesso ao mercado de trabalho e conquistaram outras fontes de recursos. Na ponta do lápis, saíram do programa, desde a sua criação em 2003, cerca de 2,227 milhões de famílias, em razão exclusivamente da subida de status social. A classe emergente dos que antes estavam na condição de miséria absoluta também coloca por terra outro mito que cercava o Bolsa Família: o de que era um programa meramente assistencialista, que acomodava os participantes na condição de sustentados pelo Estado, sem estimular sua ida para o setor produtivo. Os que evoluíram para a nova condição de ex-assistidos conseguiram o feito graças principalmente ao reajuste do salário mínimo em patamares bem acima da inflação – uma medida com impacto positivo nessa camada de renda, mas que em contrapartida provocou também um aumento considerável dos custos nos setores público e privado. Atualmente mais de 12 milhões de pessoas estão cobertas pelo Bolsa Família, o que representa a quase totalidade dos 16 milhões de brasileiros classificados abaixo da linha de indigência (com renda mensal per capita inferior a R$ 70). É um fator digno de nota. Os frutos do programa são inegáveis hoje. A experiência já serviu de modelo para outras partes do mundo. As críticas de que não vingaria dado o seu cunho demagógico caíram por terra após um trabalho sistemático de combate aos desvios e irregularidades. E, em grande medida, por conta da iniciativa, o País viveu uma alavancagem econômica com a chegada ao mercado de milhões de novos compradores.



Comentário: eu fui um crítico do Bolsa Família, mas hoje o considero como um catalisador na difícil reação para a ascenção dos mais pobres. Reconheço o mérito dos seus idealizadores.