segunda-feira, 28 de junho de 2021

O cérebro é foda!

 O atual mundo ocidental é evoluído o suficiente para não mais lançar os ateus na fogueira.

Respeito quem não acredita em Deus. Afinal, o ser humano é um universo em si e cada um sabe onde o sapato lhe aperta.

O que não aceito é usar a ciência para matar a divindade.

Estudei um tantinho sobre o cérebro. Sou engenheiro há muitos anos e lhes digo: o cérebro é foda! Desconheço estrutura mais sofisticada e capaz.

Isso não surge de evolução e seleção natural.

Não mesmo.


Trabalhar, estudar, malhar

Faço o que todo adulto deveria fazer pela vida toda: trabalhar, estudar e malhar.

Claro que há outras atividades essenciais, como o próprio título daquele filme famoso já nos ensina: "comer, rezar, amar", mas nem todos são religiosos ou têm a sorte de encontrar um grande amor.

O trabalhar, estudar e malhar está ao alcance de todos nós. Aproveitem.


Margareth Mead - TPM - silêncio na academia

 Em 1928. a antropóloga americana Margareth Mead publicou um livro que associava a TPM à opressão da sociedade capitalista. 

Quase um século depois, comprovou-se que as mudanças de humor devem-se a alterações puramente hormonais, que a construção social transformou em patologia.

Resumindo, a Dona Margareth lacrou e lucrou com sua assertiva, que depois viu-se que era falsa.

Já faz tempo que usam a "siensia" como mero instrumento ideológico. 

Como a Dona Margareth era da tchurma, silêncio na academia.





domingo, 30 de maio de 2021

FENÔMENOS AFETIVOS



Desde aproximadamente o início do século XIX, o mundo vem experimentando um rápido crescimento científico e tecnológico. A revolução industrial e as outras revoluções que a seguiram alimentaram a busca por mais inovações e descobertas, num processo contínuo e acelerado que trouxe grandes benefícios materiais, mas que também privou o homem daquilo que ele tinha de mais elevado: o seu próprio sentido de humanidade.


A tendência intelectual de afirmar que a ciência é capaz de sozinha explicar o mundo e o universo tornou o homem num ser cético e materialista, um alguém que não acredita naquilo que não possa ser observado e medido. Como nem tudo pode ser comprovado cientificamente, empobrecemos a nossa compreensão da realidade e ficamos mais fracos afetivamente.


Materialistas e céticos, rompemos nossos laços com o que há de mais elevado. A vida passou a ser o próprio sentido de si mesma. Ficamos cada vez mais ligados ao lado material da existência e nos tornamos egocêntricos e hedonistas. 


Em síntese, o homem de hoje em dia se entrega ao prazer, tem aversão à dor, paralisa de medo diante do perigo e é incapaz de pensar em algo fora de si mesmo. 


E a juventude vai por esse caminho. Observem que há praticantes do bungee jump que experimentam a sensação dos jatos de adrenalina no sangue ao atirar-se em precipícios. Via de regra, eles se lançam num abismo amarrados por uma simples corda que nem sabem se está mesmo presa no lugar certo. Em resumo, se a corda romper, rompeu.


Isso é apenas um exemplo, mas há outros. Pensem naqueles que praticam o sexo irrestrito, dirigem pelas estradas velozes e furiosamente, ou nos tantos que se entregam às drogas. Em síntese, muitos buscam sensações intensas e prazerosas, mesmo sabendo que são instantâneas e potencialmente destrutivas. E a sociedade acaba chamando isso de desprendimento e de meios alternativos de vida.


Estamos num mundo em que as relações conjugais se rompem num piscar de olhos, as instituições desmoronam e o dinheiro compra todos e tudo mais que se vende. O hino da moda diz que é melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez. A música não explica o que acontece depois, mas muitos querem mesmo viver assim. Emoções fortes são entendidas como um fenômeno dos nossos dias, de comunicação instantânea, computadores potentes, cálculos rápidos e aviões a jato. Ah, e também devemos lembrar da regra número um: é proibido proibir!


Vivemos num tempo em que não há tempo para o tempo. Escravo das emoções e paixões, e privado de sua consciência superior, o homem está desatento ao seu próprio declínio e não consegue desenvolver seus veículos emocionais. 


Nesse quadro tenebroso, o que fazer?


Sabemos que as emoções são autênticas e intensas, mas logo desaparecem; as paixões incendeiam o coração, mas são sufocantes; e os sentimentos são nobres e duradouros, mas precisam da âncora da consciência. Para aprender a lidar com seus estados afetivos, é preciso elevar o espírito, tentar sempre fazer o bem, ser fiel aos seus propósitos e buscar outras respostas para as questões mais fundamentais da existência.


Não sei se é mesmo indispensável uma conduta moral para controlar as emoções e as paixões e fazer aflorar os bons sentimentos, mas certamente ao balizar bem um caminho, nós o tornamos mais fácil de se trilhar. Esse é um mundo que precisa de regras e de disposição para olhar para o céu e caminhar para o alto.


É claro que tudo isso requer vontade, confiança e muita perseverança, mas tenhamos fé em nós mesmos, pois, naquilo que realmente importa, todos fazemos parte do Todo.







quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Os gastos dos moralistas de dólares na cueca

JÁ PENSOU SE ESSA QUADRILHA UM DIA ENTRAR NO PODER DE NOVO?

● 38,26 bilhões de reais com os Jogos Olímpicos;
● 40 bilhões de reais com a Copa do Mundo de Futebol;
● 121 bilhões de reais desviados da Petrobras;
● 12,6 bilhões de reais repassados a 7.700 ONGs, governo Lula;
● 9 bilhões de reais em publicidade, em 4 anos do governo Dilma. O último não tenho;
● 7 bilhões de reais em publicidade, governo Lula;
● 1 bilhão de reais ao MST e outros movimentos ligados ao PT, governo Dilma
● 152 milhões de reais repassados ao MST, só no governo Lula;
● 154 milhões de reais com cartão corporativo (gastos secretos), gestão Dilma;
● 65,9 milhões de reais repassados à UNE nos governos Lula e Dilma;
● 50 milhões de reais com cartão corporativo (gastos secretos), gestão Lula
● 11 milhões de reais repassados por Dilma a blogueiros petistas às vésperas do impeachment
● 6,5 bilhões de reais em obras na República Dominicana;
● 1 bilhão de reais/ano de mesada à ditadura cubana, sob o disfarce de “Mais Médicos
● 2,9 bilhões de dólares investidos a fundo perdido na construção da primeira fábrica de medicamentos contra Aids da África, em Moçambique; fazendas experimentais de arroz no Senegal e de algodão em Mali; projetos agropecuários, de combate ao trabalho infantil e de capacitação de docentes para o ensino de português no Timor-Leste, e a implantação de bancos de leite humano de 22 países da África
● 1,5 bilhão de dólares de prejuízo naquela falsa tomada de assalto às refinarias da Petrobras na Bolívia. Na verdade foi um ato nojento e covarde de traição do governo petista ao povo brasileiro. Conforme posteriormente Lula confessou, ele e o índio cocaleiro já haviam acertado toda a farsa, anteriormente: Evo faria o teatrinho de “ocupação“ das instalações da Petrobras e ele doaria tudo à Bolívia. E assim foi feito;
● 1,22 bilhão de dólares na construção de uma 2ª ponte de 3.156 m sobre o rio Orinoco, Venezuela
● 1,5 bilhão de dólares na construção de um trem subterrâneo na Argentina (o famoso soterramento do Ferrocarril Sarmiento, ligando Buenos Aires a Moreno)
● 1 bilhão de dólares para o metrô Cidade do Panamá;
● 900 milhões de dólares de perdão de dívidas a ditaduras africanas para com o Brasil;
● 792,3 milhões de dólares de prejuízo na compra da refinaria de Pasadena, Texas
● 732 milhões de dólares na construção do Metrô de Caracas, Venezuela;
● 692 milhões de dólares para o porto de Mariel, Cuba;
● 636,8 milhões de dólares na expansão de gasodutos da distribuidora Cammesa, Argentina
● 400 milhões de dólares em auxílio para compra de alimentos para Cuba;
● 200 milhões de dólarespara compra de máquinas agrícolas para Cuba(bolsa agrícola cubana);
● 650 milhões de dólares para melhorias no porto de Mariel, em Cuba;"

Total: R$ 229.412.000.000,00
O PT GASTOU TUDO ISSO.

E se você acha que o PSDB, DEM, PDT, etc são melhorzinhos, se enganou, meu chapa.

sábado, 7 de novembro de 2020

O FIM DA ARCÁDIA - Fábio Gonçalves e Paulo Briguet

 O FIM DA ARCÁDIA

A morte dos Estados Unidos e a esperança da Terceira América


Fábio Gonçalves e Paulo Briguet

4 de Novembro de 2020 às 19:46

Uma vitória de Biden-Harris significaria o fim da civilização norte-americana tal como a conhecemos — e uma imensa responsabilidade para o Brasil


“And this be our motto: In God is our trust.”


“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”

(Mt 28, 20)



O grande historiador Paul Johnson diz em seu clássico “Tempos Modernos” que o Estados Unidos eram a última Arcádia do mundo soterrado nos escombros da Primeira Guerra — escombros sobre os quais marchavam, nos anos 20 e 30, as hostes uniformizadas do Duce, do Führer e do Tzar Vermelho.


Arcádia era uma região mítica da Grécia, terra de deliciosos jardins, de regatos frescos, de chão relvado e gado manso, de pastores poetas a tanger a lira diante de suas musas. Terra de não haver crime, por não haver inveja.  


A Arcádia era um mundo à parte, mundo eternamente resguardado das inesgotáveis guerras e dissensões que destruíam as demais pólis helênicas. Era, com efeito, o bastião último da beleza, da justiça e do saber.


Escusando o que há aí de utópico, de irrealizável, de mera imagem, pode-se dizer que a analogia do historiador é procedente.


As duas Guerras Mundiais acabaram com uma civilização. Material e psicologicamente — e sobretudo psicologicamente.


Os tanques, as metralhadoras, os caças, as bombas e os gases venenosos fizeram soçobrar a Europa dos reis, das aristocracias, dos valores nobres e, sobretudo, da cosmovisão cristã.


Pois, embora desde pelo menos o século XVII o Deus cristão houvesse morrido para a gente dos grandes círculos intelectuais, das universidades e das lojas maçônicas, a massa popular, homens e mulheres dos campos e das pequenas cidades, era eminentemente cristã: ia às missas, comemorava os santos, vivia os tempos litúrgicos, desfilava em procissões, rezava antes do jantar.


Esse mundo ruiu como a Nossa Senhora de Dresden, onde Bach tocara suas Paixões.


Mas ainda havia a terra dos cristãos que, séculos antes, no início da debacle, fugiram das pendengas europeias, atravessaram o Mar Oceano, assentaram-se em paragem nova, desconhecida, ergueram ali suas vilas com suas igrejas, plantaram seu algodão e seu tabaco — muito à custa de cativos, o que em um tanto lhes desabona a história —, enfrentaram nativos e bisões para desbravar o seu oeste, negaram-se a dobrar o pescoço aos abusadores metropolitanos, derramaram sangue por justiça, e, capitaneados por grandes pais, construíram a nação mais livre e próspera de todos os tempos.


A nação mais livre e próspera era a última Arcádia senão da civilização cristã, pelo menos de alguns de seus valores que a besta materialista e as feras revolucionárias vinham grassando no Velho Continente.


E, de fato, os americanos — ou parte deles —, com a riqueza de suas fábricas e a força dos seus marines, foram o arrimo da ordem mundial nas últimas décadas, a Pax Americana. Eles — ou parte deles — não deixaram tombar os últimos templos greco-romanos e nem permitiram que se proibisse, de uma vez por todas, o cantar das Boas-Novas na praça pública.


No entanto, as mesmas pestes que corromperam por dentro o corpo da cristandade europeia, desde o começo do século XX chegaram também à América — em navios, aviões e sinais de rádio.


E a juventude — ou parte dela — foi se adoentando. Por conseguinte, deram ouvidos à cantilena de um Marcuse, de um Foucault, de um Alinsky; aplaudiram a derrota da pátria no Vietnã; torceram pelo sucesso do “modelo soviético”; levantaram faixas e cartazes pelo sexo livre, pelo divórcio, pelo aborto. Eram já como os franceses, os alemães, os russos.


No início dos anos 70, um jornalista e escritor brasileiro chamado Paulo Francis, opositor da ditadura militar e simpatizante do trotskismo, mudou-se para os Estados Unidos — e lá encontrou justamente essa juventude que se voltava contra a própria civilização em que nasceu.


Em 1972, Francis lançou um pequeno livro intitulado “Nixon x McGovern ― As Duas Américas”, no qual analisa os perfis dos dois candidatos à Casa Branca nas eleições daquele ano. Na visão do autor brasileiro, o democrata George McGovern representava a plataforma mais esquerdista já vista numa eleição presidencial americana. Como se sabe, a vitória de Nixon sobre McGovern no pleito de 1972 foi esmagadora: o republicano conseguiu a reeleição sendo o mais votado em 48 dos 50 estados. No entanto, dois anos depois, o que parecia impossível aconteceu: em 1974, Nixon renunciou à Presidência para escapar de um processo de impeachment, em decorrência do escândalo Watergate.


A Outra América mencionada por Francis ― a América esquerdista, contestadora, identitária e contracultural ― sofreu uma fragorosa derrota nas urnas, mas se vingou com a queda de Nixon. Trinta e quatro anos depois, na primeira eleição de Obama, essa finalmente América chegou à Casa Branca; sofreu um revés inesperado com a vitória de Donald Trump em 2016, e agora voltou disposta a tudo para reconquistar o poder central, cavalgando o corcel flamejante do BLM e surfando no vagalhão do vírus chinês.


Na verdade, a personagem da Outra América tem dupla identidade; é semelhante ao deus Janos, aquele que tem uma face voltada para frente e outra voltada para trás. Agora, vemos o rosto combalido de Joe Biden ― que lembra o protagonista do filme “Um Morto Muito Louco” ―, mas, do outro lado, logo vislumbraremos o sorriso maléfico da medusa Kamala Harris, representante da ala radical que tomou de assalto o Partido Democrata nas últimas cinco décadas. Não se enganem, meus amigos: se Biden, mergulhado em escândalos pessoais e na visível demência dos sentidos, chegar à Casa Branca, a verdadeira mandatária será Harris (que, por sinal, como vice, presidirá o Senado). Se olharmos com os olhos da inteligência, não será difícil descobrir que esse monstro de duas cabeças tem traços de uma ditadura oriental.


Nem mesmo Francis seria capaz de imaginar a vitória de uma chapa tão bizarra quanto a de Biden-Harris. É como se McGovern tivesse voltado à vida e convocado Angela Davis para vice. Para piorar, como se estivéssemos em um roteiro de “House of Cards”, a dupla Zumbiden-Medusa crê-se vencedora de um pleito cercado de suspeitas de manipulação e fraude ― uma fraude que vem pelo correio.


Observando o mapa dos Estados Unidos, vemos que a extrema-esquerda chegou ao poder literalmente comendo pelas beiradas, promovendo a revolução cultural a partir dos grandes centros urbanos, com o apoio das milícias da mídia, das universidades e das Big Techs. A América profunda ― conservadora, empreendedora, patriota e, acima de tudo, cristã ― tornou-se refém da Outra América ― aquela patrocinada pelo bloco eurasiano e pelo bloco globalista, ambos unidos em um nó de serpentes.


Mas Paulo Francis se esqueceu de dizer em seu livro que não existem apenas duas Américas. Há uma terceira: a do Sul. E tudo leva a crer que nós, brasileiros, seremos os guardiões do último bastião do cristianismo no continente. Nenhum dos Paulos, o Francis ou o Johnson, poderia imaginar que um dia, por uma dessas vertiginosas ironias da história, o Brasil se tornaria a última Arcádia.


Alguém poderia dizer que estamos sozinhos. Sim, mas é bom lembrar que aqueles 11 discípulos também estavam.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Um herói desconhecido

Um amigo postou no WhatsApp.

Tudo corria bem no voo VASP 375 no dia 29/09/1988, saiu de Porto Velho, Rondônia, e fez escala em Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, de onde ele voaria para o Rio de Janeiro, aeroporto do Galeão, seu destino final.
Mas as coisas não aconteceram exatamente assim.
Decolando de Belo Horizonte, um passageiro se levantou e, armado com um revolver calibre .32, iniciou o sequestro da aeronave.
O passageiro, Raimundo Nonato Alves da Conceição, estava com raiva da política econômica brasileira, dos rumos do país, e por isso resolveu se vingar.
A vingança pretendida:
Sequestrar um avião e jogá-lo contra o Palácio do Planalto, bem no local onde fica o gabinete do Presidente.
Com isso, Raimundo pretendia matar aquele que ele considerava o grande vilão da história: Jose Sarney.
Pode parecer piada, mas a coisa foi feia. 
Exigindo que a porta da cabine fosse aberta, Raimundo atirou em um comissário.
Com a porta ainda trancada, Raimundo começou a atirar contra a cabine (as portas ainda não eram blindadas).
Um tiro acertou o piloto reserva na perna, fraturando-a.
O outro, acertou o painel.
Diante do risco que representava aquele homem atirando a esmo dentro de uma aeronave em pleno voo, o piloto abriu a porta e Raimundo anunciou seu plano, que representava a morte dos 98 passageiros e 7 tripulantes, fora possíveis vítimas em terra.
O piloto, Fernando Murilo de Lima e Silva, conseguiu avisar sobre o sequestro, acionando, o transponder da aeronave, o código que indica interferência ilícita.
Também conseguiu informar a torre de comando acerca dos planos envolvendo a Palácio do Planalto. 
Nesse momento, a 1ª vítima fatal do sequestro.
Quando a torre responde ao piloto, foi o co-piloto, Salvador Evangelista, quem fez menção de responder.
Provavelmente, um movimento brusco foi interpretado como reação.
O co-piloto foi morto na hora com um tiro na nuca. 
Com dois colegas baleados, um colega morto, surge o sangue frio e a perspicácia do grande herói dessa história: o piloto Fernando.
Ele percebeu que morrer seria inevitável, então começou um perigoso processo de convencimento com o sequestrador em busca de uma improvável solução.
Durante todo esse período, o Voo VASP 375 era seguido de perto por caças Mirage da FA, que tinham ordens de abater o voo, sacrificando os passageiros, caso surgissem indicações de que a aeronave seria usada contra algum prédio da capital.
Nesse ponto, o sequestrador toma outra decisão: exigiu que rumassem para São Paulo, provavelmente em busca de outro alvo.
O piloto Fernando novamente argumentou que o avião não tinha combustível para tanto.
Sugeriu então um pouso no Santa Genoveva, em Goiânia.
Enquanto a discussão se dava entre os dois, o piloto Fernando, disfarçadamente, rumou para Goiânia, afastando o avião de Brasília, cheia de potenciais alvos.
Por fim, diante da recusa de pousar em Goiânia, e das ameaças que só faziam crescer, o piloto tomou mais uma decisão.
Primeiro, ele tirou o avião do piloto automático e fez uma manobra chamada tonneau (manobra em que o avião dá uma volta completa ao redor de seu eixo).
Ele pretendia, com isso, fazer o sequestrador cair e, assim, tomar a arma dele, mas isso não deu certo.
Depois, ele partiu para a cartada final: o parafuso, manobra em que o avião perde a sustentação e cai de bico, girando as asas como um pião.
A ideia do piloto era descer 9 mil pés durante a manobra, fazer o sequestrador cair e imediatamente efetuar o pouso em Goiânia. 
Anos depois, Fernando falou:
"Eu pensei, como vou morrer mesmo, vou arriscar. Parti para o tudo ou nada. Já que vou morrer, vou morrer brigando porque, pelo visto, ele não ia me deixar pousar.”
Fernando conseguiu fazer cair o sequestrador e pousar com tranquilidade.
Mas ele logo se recuperou e seguiu com o sequestro.
Era perto de 13h45 quando o pouso ocorreu.
Em terra, as negociações continuaram. O aeroporto foi cercado por agentes do EB e da PF, que quase invadiram a aeronave, mas foi, novamente, o piloto Fernando quem deu rumo às coisas. 
Ele convenceu o sequestrador a pedir um avião menor, com bastante combustível, e com essa 2ª aeronave, ir em busca de sua vingança.
O sequestrador aceitou, mas exigiu que Fernando seguisse pilotando, o que o piloto aceitou.
Sua vida em trocar de 103 sobreviventes. 
Todos os feridos foram atendidos em hospitais de Goiânia.
Nessa nova negociação, o sequestrador foi baleado pela equipe especial da Polícia Federal.
Fernando, o piloto reserva e o comissário baleado não corriam risco de morte. 
Nem o sequestrador, nas informações prestadas pelo hospital. Misteriosamente, 3 dias depois, Raimundo Nonato morreu de forma estranha, segundo consta, foi vítima de anemia falsiforme.
No fim, o piloto Fernando, grande herói do sequestro, conseguiu salvar 104 vidas e evitou que tivéssemos um 11 de setembro muito antes das Torres Gêmeas.
Por seu feito, foi condecorado com a Ordem do Mérito Aeronáutico, a mais alta distinção honorífica do Comando da Aeronáutica. 
Contudo, nunca recebeu qualquer palavra de agradecimento do Presidente Sarney, que se quedou calado acerca do sequestro.
 _“Ele nunca me dirigiu a palavra. Nunca me agradeceu. Mas não tenho mágoa. Estou tranquilo com minha consciência e sei que fiz meu papel”_ 
E, até hoje, as manobras que o piloto Fernando efetuou naquele 29/09/1988 não são reconhecidas pela Boeing, que afirma categoricamente SER IMPOSSÍVEL FAZÊ-LAS EM UM BOEING 737-317.
O capitão Fernando provou serem possíveis.
É que esse herói pouco conhecido, o piloto Fernando, morreu ontem, em Búzios, aos 76 anos de idade.
Morreu com o crédito enorme de ter salvado 104 vidas e de ter agido, quando muitos não fariam nada. 
Por isso, essa singela homenagem.
Que o comandante Fernando vá em paz, e que fique sua lição de altruismo, em tempos tão duros de egoismo e individualismo.

FIM